Livros escolares, uma atenção toda especial

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Responsáveis por um terço da receita do mercado editorial brasileiro e por metade dos livros vendidos a cada ano no País, as editoras de livros escolares têm acompanhado com especial interesse a discussão sobre o futuro do livro digital. 

 

Vários estados americanos já decretaram o fim dos seus programas de aquisição de livros de papel. No lugar, só conteúdo digital e gratuito.

Por lá, a questão afetiva não pesou. Foi uma decisão puramente monetária, para enfrentar o desastre da crise econômica.

 

 

 

 

Ser ou não ser digital, eis a questão!

 

Só se falou numa coisa na semana que passou no mundo do livro no Brasil: o livro digital! As mesas de debates e os corredores do Congresso Internacional do Livro Digital, encerrado na quarta (31/3), em São Paulo, foram palcos da mais densa e instigante confabulação a respeito já ocorrida no País.

Não se sabe exatamente para onde ir. Mas uma coisa é certa: não dá pra ficar de fora!

 

 

 

 

Livro digital, demanda nova no Parlamento

 

A julgar pelo que tem acontecido pelo mundo afora, Câmara Federal, Senado e Assembleias Legislativas terão muito que debater, estudar e aprovar na forma de leis em torno do livro digital, políticas de educação e programas de livros nos próximos anos por aqui. Tanto é que a Câmara dos Deputados deve realizar em junho, antes de parar para o recesso e as eleições de outubro, um seminário só para debater o tema.


Quem articula tudo é a Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, liderada pelo deputado paranaense Marcelo de Almeida (PMDB).

  
 
 

 

Com a palavra, sua excelência o leitor!

 

O leitor brasileiro faz bico para o livro digital que ele conhece – aquele que baixa na internet, tenta ler na tela do computador e acaba imprindo para ler no papel. Mas muda tudo quando lhe apresentam um desses e-readers que já circulam por aí. O aparelho leitor, embora considere ainda incipiente, faz, por ora, a cabeça desses leitores. O grande dilema: ninguém quer pagar pelo conteúdo do livro digital.

 

Esse é um dos resultados da pesquisa Os Leitores Brasileiros e o Livro Digital, que o Observatório do Livro e da Leitura fez (e eu coordenei) para a Câmara Brasileira do Livro e a Imprensa Oficial de SP


 

 

 

Retratos da Leitura no Brasil na faixa!

 

Para marcar o encerramento do Congresso Internacional do Livro Digital, em São Paulo, a Imprensa Oficial de SP e o Instituto Pró-Livro anunciaram a conversão, para o formato digital, do livro Retratos da Leitura do Brasil (com os resultados da maior pesquisa sobre comportamento leitor dos brasileiros, e organizado por mim). Isso ocorre no mesmo momento que está para sair do forno uma nova edição da obra, já com a nova ortografia.


 

 

 

Pesquisa  

Brasileiros ainda desconhecem livro digital

 

Os leitores brasileiros ainda não sabem da existência do livro digital e também não sabem como ter acesso a eles. Esse traço do comportamento dos 95 milhões de leitores brasileiros inclui até mesmo os mais jovens, que também o associam muito à internet. Os dados constam da pesquisa Os Leitores Brasileiros e o Livro Digital, realizada pelo Observatório do Livro e da Leitura para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, e divulgada nesta quarta (31), no Congresso Internacional do Livro Digital. Foram realizados oito grupos de discussão em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife no início do mês.

 

“A única unanimidade é a aposta dos leitores brasileiros que tão cedo o livro impresso em papel não vai acabar”, afirmou o diretor do Observatório, Galeno Amorim, que coordenou o estudo. Apesar da falta de conhecimento sobre o livro digital, os leitores deixaram claro que a chegada do e-reader será um fator decisivo para vencer a curto prazo a resistência atual da população à leitura nas telas do computador. Entre as vantagens enumeradas, está a grande capacidade de armazenamento – os leitores acreditam que poderão levar sua biblioteca pessoal em viagens, à faculdade e local de trabalho de forma mais simples.

 

A pesquisa qualitativa mostrou, ainda, que o consumidor brasileiro não está disposto a pagar pelo livro digital. Nas respostas, o raciocínio utilizado é o mesmo para o download de músicas e que acaba gerando pirataria: se está na internet, deve ser gratuito.

 

Foram entrevistados leitores de livros em papel e em dois dos grupos os participantes eram também leitores de livros digitais. O levantamento constatou que o livro impresso tem um valor muito grande no imaginário coletivo da sociedade brasileira. Para os entrevistados, ele representa o saber, o conhecimento. Por sua vez, o livro digital é visto como mais ecológico, mais barato ou até mesmo gratuito.

 

Os consumidores, segundo o estudo, não se sentem incomodados por baixar músicas de forma ilegal na Internet. Os entrevistados dizem que música é fugaz e para ser ouvida em grupo. O pensamento muda quando o assunto é livro: para eles, uma obra é para ser lida silenciosa e solitariamente e acrescentam conhecimento. Ainda assim, relutam em pagar para fazer o download. Outro dado encontrado é que poucas pessoas procuram livros digitais na Internet para ler no computador. Alegam dificuldades para a leitura na tela de PCs e notebooks. Os entrevistados querem baixar os arquivos gratuitamente e dizem que se tiverem de pagar o preço deverá ser um quarto do atual preço de capa do livro impresso em papel.

 

A resistência desaba quando são apresentados aos e-readers, embora estranhem não contar ainda com a tecnologia i-touch. A reação das pessoas é deslizar o dedo pela tela esperando que alguma coisa aconteça, o que mostra como o conceito touch screen já faz parte do inconsciente dos consumidores digitais. A pesquisa mostrou, ainda, que o leitor brasileiro não tem pressa porque viveu uma situação semelhante com os telefones celulares e sabe que as primeiras gerações de novos produtos são mais caras. Para a tradicional pergunta “o livro de papel irá acabar”, as respostas garantem que tão cedo isso não acontecerá. Os mais apegados ao suporte papel têm a certeza que o livro impresso nunca acabará.  Outros acreditam que é uma questão de tempo, décadas ou mesmo anos. Por enquanto os brasileiros preferem os livros impressos e a tendência é uma convivência pacífica com a chegada dos e-readers.

 

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, também coordenada por Galeno Amorim e que resultou em livro publicado pelo Instituto Pró-Livro e Imprensa Oficial, existem 4,6 milhões de leitores de livros digitais no Brasil e 7 milhões que baixam livros gratuitamente pela internet. Eles dedicam, em  média, 97 minutos por semana para a leitura de livros digitais.

 

 

 

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