Após problemas com aplicação do Enem 2009, presidente do Inep deixa cargo

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Depois dos diversos problemas ocorridos na aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Reynaldo Fernandes, colocou o cargo à disposição.

 

A carta de demissão foi entregue na noite da quinta-feira (17) e foi aceita pelo ministro Fernando Haddad (Educação). Haddad está fora de Brasília nesta sexta-feira e durante o final de semana e não deve comentar a saída de Reynaldo Fernandes do cargo.

Apesar de o pedido de demissão já ter sido aceito, Fernandes permanece como presidente do Inep até a publicação da exoneração no “Diário Oficial”, o que deve acontecer na próxima semana.

Desde o vazamento do Enem, o Inep ficou fragilizado. A situação piorou com a divulgação do gabarito oficial com as respostas embaralhadas.

O MEC chegou a confirmar que o órgão passaria por reestruturação. No dia 10 de dezembro, a coluna Mônica Bergamo na Folha de São Paulo já apontava a saída de Reynaldo como uma das mudanças que seriam efetuadas no quadro de funcionários.

Fernandes tomou posse no instituto em 2005. Ele é professor de economia da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto (SP), e tem mestrado e doutorado em economia, também pela USP. Antes de ocupar a presidência do Inep, era o presidente da Esaf (Escola de Administração Fazendária), do Ministério da Fazenda.

 
Segundo o MEC, o nome do novo ocupante do cargo deve ser anunciado na segunda-feira (21).

 

 

 

“Não posso dizer que saio feliz, mas saio tranquilo”, escreve Reynaldo Fernandes em carta de despedida

Portal UOL Educação 

 

Os funcionários e colaboradores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) receberam na manhã desta sexta (18) uma carta de Reynaldo Fernandes, presidente da autarquia, anunciando sua saída do cargo. O pedido de demissão acontece após uma série de problemas com a aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que começou com o vazamento da prova no início de outubro.

Fernandes considera sua saída “oportuna”, pois “um novo presidente poderia dirimir com menos dificuldade as desconfianças que recaem sobre o instituto neste momento delicado”.

“(…) Não saio feliz, mas saio tranquilo”, conclui Fernandes após longo texto em que se despede dos funcionários e colaboradores. Ele explica: “Tranquilo por ter a certeza de que me dediquei ao máximo ao Inep e à educação do país. (…) Nunca permiti que questões políticas conduzissem as ações do Inep e sempre enfatizei o caráter técnico do órgão, estimulando a reflexão sobre aspectos mais conceituais, referentes ao que deveríamos medir na educação”.

Ele também aponta as realizações do instituto nos últimos anos. “Creio que as realizações do Inep nesses anos foram das mais importantes, superando, em muito, eventuais problemas e desacertos que possam ter ocorrido”, escreveu.

 

Fraude do Enem “deteriorou” ambiente de trabalho

 

Ele pondera, entretanto, que “nenhum problema por nós enfrentado nesses últimos quatro anos se compara, em termos de gravidade, ao furto da prova do Enem e ao consequente adiamento do exame”.

Segundo Fernandes, “o fato é que o ambiente de trabalho no INEP, após a não realização do ENEM em outubro, foi muito deteriorado”. Ele descreve um pouco do clima que se instaurou na autarquia: “era preciso refazer o exame de forma segura e em tempo recorde, e ainda manter em andamento todos os demais processos, como a Prova Brasil, Enade, Educacenso etc. Tudo isso sob muita pressão, pois as cobranças eram inevitáveis”.

A expectativa, no entanto, era de que “após a realização do ENEM no início de dezembro, o ambiente se acalmaria”. O que não aconteceu por conta dos tumultos registrados pela imprensa – “inevitáveis em um exame dessa dimensão”, segundo a carta – e pela falha na divulgação dos gabaritos oficiais – “interpretados como exemplos de descaso e descontrole”, também segundo a carta.

 

 

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