Como combater a pirataria digital em três passos

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Mike Shatzkin sugere três medidas para combater a pirataria de e-books


 

Já escrevi sobre pirataria antes e nesse meio tempo tive algumas ideias. No site Digital Book World, Brian Napack apresentou os sete pontos da Macmillan para combater a pirataria digital. Sem a intenção de superá-los, criei meus três tópicos que considero imprescindíveis para qualquer editora que queira entrar no mundo digital. Sei que nada vai acabar totalmente com a pirataria, mas acredito que esses três pontos, quando praticados em conjunto, possam render benefícios no combate ao download ilegal de arquivos.

 

1. Inundar as fontes de e-books piratas com arquivos “meia-boca”.

 

É muito fácil encontrar e-books ilegais disponíveis para download na internet. Às vezes apenas poucas palavras já identificam um arquivo. Mas as pessoas que buscam um livro na internet geralmente digitam o título e o autor nos sites de busca. E, uma vez encontrado o arquivo pirata, as fontes podem ser desmascaradas. Quando os editores acharem esses arquivos, em vez de sair espalhando denúncias contra o site X ou Y, sugiro uma simples medida: fazer o upload de 10, 20 ou 50 arquivos incompletos ou danificados para cada e-book encontrado. Você pode estragar o arquivo repetindo o primeiro capítulo quatro vezes antes de ir direto para o sexto, por exemplo. Ou ainda, componha os capítulos com as palavras em ordem alfabética. Apenas deixe o arquivo do mesmo tamanho de um e-book normal.

 

Para os programas P2P, é preciso colocar dois ou cinco computadores para trabalhar, mas não somente para fazer o upload de arquivos falsos para um site central. O objetivo é tornar o download ilegal frustrante e cansativo para o consumidor. Um publisher de livros digitais respondeu à minha sugestão dizendo que era trabalho demais. Talvez, mas se essa prática se tornar padrão em cada editora, o mercado de pirataria digital terá dificuldades em reagir. Existe também a preocupação de que tal prática estará punindo o usuário final, o leitor. Mas não estou negando-lhe o uso da internet. Apenas sugiro dar aos consumidores uma pequena dose de frustração para desencorajar o uso do conteúdo pirata. E isso me parece, no mínimo, uma resposta proporcional.

  

2. Formar um grupo com editoras ou autorizar alguém a criar um “selo de autenticidade” e colocar em sites que são totalmente confiáveis.

 

Para tornar isso mais efetivo, as editoras devem fiscalizar a distribuição do arquivo desses sites autenticados, garantindo substituições para arquivos defeituosos, por exemplo. As editoras estão sempre dispostas a apontar o dedo aos sites que distribuem arquivos ilegais, mas nenhuma delas tem feito nada para ajudar o consumidor honesto a saber quais são os legítimos pontos de distribuição. Claro, alguns sites como Amazon, BN.com e Powells.com são óbvios (o que não significa que eles não queiram o tal “selo”).

 

3. Promover feito um louco (a) o selo de autenticidade em sites e (b) ações que amedrontem e envergonhem pessoas que fazem download de sites que não possuem o selo.

 

A promoção deve ser bem fácil: os sites autenticados podem ajudar ao espalhar mensagens diretas e impactantes com qualquer e-book baixado. Os leitores de e-book devem ser constantemente alertados de que os escritores não recebem seus direitos autorais de livros piratas, que livros piratas podem conter vírus e não há nenhum órgão para receber queixas se algo acontecer.

 

Enquanto as editoras se esforçam em cumprir esses pontos, é preciso ter a dimensão real do impacto comercial que a pirataria representa. O fato de ter uma cópia pirata para cada livro publicado não significa muita coisa, e nem mesmo a experiência da indústria musical. Antes, é necessário entender o que os compradores de livros pensam da leitura em papel e da leitura em tela. E, até agora, não temos a menor ideia.

 

 

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