MEC pretende aumentar carga horária do Ensino Médio

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Especialistas em educação e mais de 300 gestores escolares de quase todos os estados brasileiros se reuniram em São Paulo no sábado, 12 de setembro, no Encontro de Educação SER. Promovido pela Abril Educação, a iniciativa buscou proporcionar a discussão de temas relevantes para a comunidade educacional, tais como o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Ensino Médio Inovador, duas importantes propostas que devem reformar radicalmente o ensino nos próximos anos.

Saiba mais sobre o Ensino Médio Inovador (em PDF)

A oportunidade de discussão foi exaltada pelo diretor do sistema de ensino SER, Marco Antonio Ferraz, na abertura do evento. “Aqui estão representados mais de 110 mil alunos”, disse, referindo-se ao alcance que as ideias tratadas no encontro poderiam ter no corpo de estudantes do País.

Com esse universo estudantil representado pelos mantenedores de escolas, a discussão do papel do gestor contemporâneo tornou-se oportuna, e José Ernesto Bologna, fundador do Ethos SHN (Seres Humanos de Negócios) e consultor em Desenvolvimento Humano e Organizacional, se encarregou de tratar do assunto. Ele apontou a ousadia como ferramenta necessária para se compreender o contexto dos jovens da atualidade, que têm mais poder dentro de casa e que nunca foram tão conectados ao mundo como agora. “O desafio do gestor é ter coragem de enfrentar o óbvio.” Reinventar-se é verbo regente neste cenário.

“O ENSINO MÉDIO É MUITO CHATO”
Francisco Cordão, membro do Conselho Nacional de Educação, palestrou sobre o Ensino Médio Inovador, proposta do MEC para reestruturação curricular do antigo colegial e que estabelece uma grade curricular baseada em quatro eixos do conhecimento – cultura, tecnologia, trabalho e ciência – a qual disponha as disciplinas de tal forma que dialoguem entre si. “A escola deve fazer sentido para o aluno. Se ninguém aprende, ela não serve para nada. A aula deve ser contextualizada, interdisciplinar e de acordo com a proposta pedagógica da escola”, afirmou.

Para subsidiar sua opinião, Cordão foi enfático: “A evasão escolar entre jovens acontece porque o Ensino Médio é muito chato.” Para minimizar este panorama, o MEC pretende aumentar a carga horária em 20%, mas com disciplinas escolhidas pelos próprios alunos. Além disso, há um esforço grande no sentido de reduzir a lacuna entre prática e teoria.

Com a posição, os estudantes devem melhoras as notas no Enem, principalmente no momento em que ele passa por alterações. O novo Enem contempla perguntas objetivas em quatro áreas do conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias e matemáticas e suas tecnologias. Cada grupo de testes será composto por 45 itens de múltipla escolha, aplicados em dois dias. Tais alterações buscam transformar o exame em um documento passível de análise comparativa no tempo e de avaliação de conteúdo abordado diretamente o currículo do Ensino Médio.

Saiba mais sobre o Enem e o que é cobrado no exame

O ponto de destaque foi a presença de Paulo Renato Souza, ex-ministro e atual secretário de Educação do Estado de São Paulo. Ele destacou a competição saudável entre as empresas de ensino, que cada vez mais buscam a excelência que o mercado demanda. Também esclareceu que, “para a rede pública, as escolas privadas servem como laboratório de um novo jeito de ensinar”, pois as inovações trazidas pelo ensino pago são gradualmente adotadas pelo governo.

O secretário afirmou que o Ensino Médio Inovador já está se tornando uma realidade no estado. “O programa Ler e Escrever, empregado de primeira a quarta série, e o São Paulo Faz Escola, usado da quinta à nona, já estão em linha com o Ensino Médio Inovador, pois o conteúdo é transversal”, disse. Para continuar com essa adequação, Paulo Renato garantiu que, a partir do ano que vem, pretende seguir com o apoio às escolas da rede estadual paulista para adotarem as diretrizes do Ensino Médio Inovador.

Depois de sua palestra, durante uma entrevista coletiva improvisada, o secretário sugeriu que o governo federal avalie não apenas o ensino em si, “mas também os sistemas de ensino” – materiais para alunos e professores, metodologias etc. – disponíveis no mercado. Sobre o Enem, Paulo Renato disse que ele seria interessante se houvesse concordância entre as universidades federais para que o exame fosse utilizado apenas na primeira etapa do vestibular. “Eu acharia um caminho mais tranqüilo o de negociar com as universidades federais para que o Enem substitua a primeira fase e depois cada uma faria sua segunda fase”.

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Fonte: Portal UOL

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