A pressa é inimicíssima da perfeição

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Acabo de ver e manusear a segunda edição do “Dicionário Escolar da Língua Portuguesa“, da Academia Brasileira de Letras (“Com a nova ortografia da língua portuguesa“). Agora vai!  
 
Se você é um dos que compraram um exemplar da primeira edição, pode começar a pensar no que fará para se livrar dele. Com o devido respeito, o lugar dele é a reciclagem.  
 
Então vale a pena dar a compra da primeira edição como um dos azares da vida e sair correndo para comprar já um exemplar da segunda edição, finalmente acertada, corrigida e, principalmente, fiel ao texto oficial do “Acordo“?  
 
Vejamos. Como informei na coluna de 1º de janeiro, nas páginas introdutórias da primeira edição há a seguinte informação sobre o emprego do hífen com os prefixos “co-“, “pro-“, “pre-“ e “re-“: “Estes se aglutinam, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando iniciado por o ou e“. Em seguida, vêm estes exemplos: “coautor“, “coedição“, “procônsul“, “preeleito“, “reeleição“, “coabitar“, “coerdeiro“. Quando se procuram esses vocábulos no próprio “Dicionário Escolar“, vê-se que…  
 
Bem, vê-se que o “Dicionário“ não seguia integralmente o que preconizava em suas páginas introdutórias (“re-eleição“ e “co-herdeiro“ apareciam com hífen -e com “h“, no caso da última; também havia hífen em “reeducar“, “reeditar“ e em casos símiles).  
 
Na segunda edição, foram “corrigidas“ as discrepâncias, ou seja, sumiu o “h“ de “co-herdeiro“ (que passou a “coerdeiro“) e sumiu o hífen de “reeleição“. Mas uma olhadinha no texto oficial do “Acordo“ basta para que a confusão continue. Está na “Base XVI“ (“Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação“): “Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante- , anti-, circum-, co- […]) e em formações (…), só se emprega o hífen nos seguintes casos: a) Nas formações em que o segundo elemento começa por h…“. Para encurtar a conversa, um dos exemplos do texto oficial do “Acordo“ é “co-herdeiro“ (com hífen e com “h“).  
 
Convém lembrar que o “Acordo“ teve por princípio a unificação da grafia do português nos sete (depois oito) países que o têm como língua oficial. Lembro isso porque, embora em Portugal o “Acordo“ ainda não vigore, já há por lá dicionários com a tarja “Conforme o Acordo Ortográfico“. Um deles é o “Universal“ (lançado também aqui), em que se vê… Em que se vê que o “Acordo“ ainda é um “Desacordo“. Quer um conselho: espere mais um pouco para abrir a carteira. É isso.  
 
 
 

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