Só Sudeste cumpre 8 anos de ensino

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O Sudeste é a primeira região do País onde a população alcançou a média de oito anos de estudo, o mínimo obrigatório desde a aprovação da Constituição, há 20 anos. Os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, analisados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que a escolaridade no País cresceu em todas as regiões entre 2006 e 2007, atingindo uma média de 7,3 anos de estudo. No entanto, o Nordeste ainda fica bem atrás das demais, com uma média de apenas seis anos. 

Ironicamente, o Sudeste chega aos oito anos de estudo no mesmo ano em que foi aprovado o aumento da escolaridade obrigatória para nove anos. Assim, mesmo alcançando o que ditava a Constituição de 1988, a região ainda está defasada. 

A análise dos dados da Pnad mostra, ainda, que, apesar dos investimentos feitos para tentar reduzir as desigualdades regionais, as regiões que deveriam crescer mais rápido mantêm a mesma aceleração do Sudeste. De 1992 a 2007, a população do Nordeste passou a ter mais 2,2 anos de estudo, saindo de 3,8 para 6 anos. No Sudeste, que já em 1992 era a região com maior escolaridade, o aumento foi de 2,1 anos. No Norte o avanço foi menor, de apenas 1,4 ano.  

No entanto, os dados são celebrados. “A Região Nordeste está fazendo pela nova geração o que não foi feito pelos mais velhos. Essa mesma Pnad mostra que a cobertura escolar para crianças de 4 e 5 anos é a maior do País“, afirmou André Lázaro, secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação. “É um investimento que vai dar resultado no médio prazo.“ 

A análise dos dados também mostra que os mais jovens já estão estudando mais. De acordo com o Ipea, um reflexo direto das políticas de inclusão educacional que vêm sendo implementadas desde a década de 90. Na faixa etária mais jovem, de 18 a 24 anos, a taxa de escolaridade já é de 9,1 anos. Os brasileiros com mais de 30 anos têm, em média, 6,5 anos de estudo.  

Também o analfabetismo, que ainda é alto (atingindo 10% da população), já caiu bastante e está em menos de 3% entre os mais jovens. A idade média do analfabeto brasileiro é de 54 anos. “O problema do Brasil hoje não é de direção. Estamos na direção certa. O que precisamos fazer é acelerar“, disse Lázaro.  

Ainda segundo o Ipea, apesar de a diferença entre negros e brancos vir caindo consistentemente desde 2001, uma família branca ainda tem o dobro da renda de uma negra. No atual ritmo, a igualdade virá apenas em 2029. Segundo o instituto, 72% da queda da desigualdade de renda entre negros e brancos está diretamente ligada à redução generalizada da desigualdade no Brasil; 28% teria sido causada propriamente por mobilidade social dos negros. 

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