Ensino de má qualidade e sem conexão com mercado desafia ibero-americanos

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A baixa qualidade da educação e a desconexão entre o ensino e o mercado de trabalho são alguns dos principais desafios enfrentados pelos jovens da América Latina e do Caribe. Para eles, o desemprego é majoritariamente precário e informal. O quadro foi traçado em seminário preparatório à 18ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, que começa quarta-feira (29) em El Salvador. 
 
O relatório final do seminário frisa que a juventude, em média, tem mais anos de escolaridade que os adultos. No entanto, tem menos acesso ao emprego. A taxa de desemprego é de 19.9% da população ativa de 15 a 24 anos, quase três vezes mais que a registrada entre adultos. Outro dado impressiona: 18% dos jovens entre 15 e 19 anos não trabalham e não estudam. “Em uma situação de exclusão e falta de sentido de pertencer, [os jovens] têm um maior risco de participar em condutas de risco e violência”, conclui o relatório 
 
O seminário, que reuniu especialistas e representantes da sociedade civil e de governo dos 22 países latino-americanos e europeus de língua portuguesa e espanhola, também identificou a debilidade ou inexistência de espaços para participação que permitam aos jovens influir em políticas voltadas às suas necessidades.  
 
“A participação dos jovens deve ser substancial nas políticas e propostas que decida-se impulsionar. Estas devem mostrar-se, desde o início, a partir dos interesses, experiências e idéias dos próprios jovens”, recomenda o documento.  
 
A violência contra jovens e a participação dos jovens em atos de violência também fazem parte do cenário regional e desafiam líderes ibero-americanos, ao lado da necessidade de políticas de inclusão de jovens afro-descendentes, indígenas, minorias, jovens rurais, migrantes.  
 
Embora proponha uma abordagem coordenada de tais questões, o relatório final do seminário frisa a necessidade de respeito à diversidade entre jovens dos diferentes países ou mesmo entre grupos da mesma região. “É preciso destacar que é impossível falar de uma só juventude, é necessário falar ‘das juventudes’, já que na Ibero-América convivem coletivos de jovens muito heterogêneos, tanto por sua localização geográfica – rural ou urbana – como por sua situação socioeconômica ou por seu grau de inclusão na sociedade através do estudo, do emprego e da participação”, diz o texto. 
 
A 18ª Cúpula Ibero-Americana, cujos trabalhos vão até sexta-feira (31), tem como tema central Juventude e Desenvolvimento. No encontro do ano passado, em Santiago do Chile, 2008 foi declarado Ano Ibero-Americano da Juventude. 
 

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