29 mil fazem reforço no Estado por não saberem ler ou escrever corretamente

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Na Grande São Paulo, 29 mil dos 325 mil alunos de 3ª e 4ª série de escolas estaduais estudam atualmente nas 1.221 novas salas de recuperação criadas pela Secretaria Estadual de Educação porque não sabem ler ou escrever. Eles representam 9% do total. A medida faz parte de um pacotão para a recuperação da aprendizagem criado neste ano pela pasta. Um dos objetivos é remediar as conseqüências da má implantação, feita em 1998, da progressão continuada – sistema que só permite a reprovação no ano final dos chamados ciclos de aprendizagem (4ª e 8ª séries).  
 
Programa de Recuperação do Ciclo (PIC) é o nome dado às novas classes com número reduzido de alunos, criadas para evitar que terminem a 4ª série sem saber ler e escrever. O projeto foi implantado na rede municipal de ensino da capital em 2006 e levado neste ano pelo governador José Serra para a rede estadual. De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Educação, dos 23 mil alunos de 4ª série que estudaram em salas de PIC entre 2006 e 2007, 90% foram alfabetizados em um ano. 
 
Nas 3ª séries do PIC estudam os alunos que terminaram a 2ª série no ano passado sem saber ler e escrever. Já no PIC das 4ª séries, estão matriculados os que repetiram essa série e os que terminaram a 3ª com dificuldades. Os professores são capacitados para oferecer atendimento mais individualizado, a fim de sanar as dificuldades até o fim do ano letivo. 
 
O ambiente das salas é cheio de atrativos: cantos de leitura com livros, jornal mural nas paredes com temas variados e alunos encorajados a tirar dúvidas. Mas, embora a média recomendada seja de 25 alunos por turma, há colégios com até 29.  
 
A secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, reconhece a má implantação do sistema de progressão continuada nas escolas estaduais feita pelos governos tucanos anteriores. “Mas agora asseguramos que a progressão está sendo desenvolvida do jeito que tem de ser.” 
 
Ela explica que a criação das turmas de PIC foi uma alternativa para não reduzir o ciclo da progressão de quatro para dois anos – proposta apresentada pela ex-secretária estadual de Educação Maria Lúcia Vasconcelos. “Criamos ambientes estimulantes para que os alunos com mais dificuldades vejam que têm condições de aprender. Essas salas despertam confiança, elevam a auto-estima.” 

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