MEC treinará professor para a reforma ortográfica

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Após ser informado de que o parlamento português havia aprovado o acordo ortográfico, o ministro Fernando Haddad (Educação) deu ordem para a Secretaria de Educação Básica, do próprio do ministério, estabelecer um cronograma para o treinamento dos professores da educação básica. O MEC estuda a elaboração de uma cartilha com o novo vocabulário. 
 
Na opinião do presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras), Cícero Sandroni, o acordo é bom para os dois países. “São 10 milhões de pessoas em Portugal e mais de 180 milhões no Brasil, e os livros portugueses não são bem-vindos no Brasil. Para eles, é um mercado enorme, e para nós também será ótimo“, afirmou. 
 
Para o ex-presidente da ABL, Marcos Vilaça, “a simplificação do emprego do idioma vai possibilitar o incremento das relações culturais“. 
 
Professores ligados ao ensino fundamental e médio consultados pela Folha disseram acreditar que não haverá grandes dificuldades de adaptação à reforma ortográfica, já que ela não altera de forma profunda o português utilizado no Brasil. 
 
“As mudanças não serão grandes e algumas já deveriam ter ocorrido anteriormente. O trema, por exemplo, praticamente nem se usa. Além disso, os meios de comunicação estão divulgando bem e os professores acompanham“, disse Carlos Ramiro, presidente do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). 
 
José Eduardo Botelho de Sena, professor da escola Internacional de Alphaville, em Barueri (Grande SP), também acredita que as mudanças serão recebidas com facilidade. 
 
“Não é um acordo que vai mudar a língua portuguesa, apenas a representação gráfica“, afirmou. “Tenho uma preocupação do efeito que pode ter com vestibulandos, porque pode surgir um temor em torno da adaptação. Mas um aluno do primeiro ano do ensino médio que aprenda agora, ao final dos três anos, vai estar absolutamente tranqüilo.“ 
 
O professor afirmou que um prazo adequado para a adaptação das escolas é de até três anos. O período é o mesmo considerado por Maria Paula Parisi Lauria, assessora de língua portuguesa da escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), de São Paulo. 
 
A escola, segundo Lauria, ainda não definiu quando vai começar a aplicar as alterações nem como ela será feita. A proposta é reunir todos os professores especialistas na área e os do ensino fundamental que trabalham com português para debater as mudanças. 
 
“Acho que vamos conviver por um tempo com a antiga grafia e as novas regras. Acredito que vamos para a mudança efetiva a partir do momento em que os impressos [como livros e jornais] forem aparecendo com os novos acentos.“ 
 

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