Cada emprego pirata reduz seis vagas formais

Para cada “emprego pirata“, seis empregos formais desaparecem. Além disso, os produtos falsificados não têm garantia do fabricante. Esses e outros danos à economia do País e à saúde do consumidor foram expostos no Seminário de Combate à Pirataria, ontem, na Procuradoria Geral de Justiça 
 
Na indústria da falsificação, nada se cria. Tudo se copia: de livros a materiais de limpeza, de DVDs a óculos, de suprimentos de informática a medicamentos. Uma indústria que movimenta cerca de US$ 500 bilhões/ano no mundo inteiro, segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade. Mas, sem a mesma garantia (leia-se também qualidade) dos fabricantes originais, os chamados produtos piratas causam danos à economia local e à saúde do consumidor. Para cada “emprego pirata“, seis empregos formais desaparecem – relaciona Maria Eugênia Saldanha, diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla). Os dados abriram o Seminário de Combate à Pirataria, ontem, na Procuradoria Geral de Justiça.  
 
A reprodução não-autorizada de obras literárias é um dos principais segmentos do mercado de produtos piratas. E existe uma “concentração grande do problema no Nordeste, especialmente, em Recife e Fortaleza“, expõe Dalízio Barros, advogado da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR). Em 2006, uma fiscalização da ABDR em redor de 60 instituições de ensino brasileiras constatou uma prática de 80% de reprodução. Ou um prejuízo de R$ 400 milhões/ano para as editoras. A cópia pode custar até 70% mais barata que o livro original. O preço é o combustível da ilegalidade. “Todo produto de qualidade tem um custo“, defende Barros.  
 
Para o advogado, as universidades precisam cumprir o que o Ministério da Educação (MEC) determina: oferecer, nas bibliotecas, um livro por tema para cada cinco alunos. Em paralelo, a ABDR lança o Projeto Pasta do Professor. Ainda piloto, desenvolvido em São Paulo e Minas Gerais, o projeto oferta a compra fracionada do livro (capítulos, páginas), de forma legal (autorizada pela editora), por um custo 20% superior à xerox. O preço da cópia ilegal, aliás, foi uma das surpresas que o advogado da ABDR teve em Fortaleza. Além de constatar que “80% do material disponibilizado pelas livrarias de Fortaleza é o livro do professor (que já contém as respostas dos exercícios)“, Dalízio Barros admira-se do preço cobrado pelas fotocopiadoras que circundam as escolas: R$ 0,04.  

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