Brasil vai saber quanto e como está lendo

Como, quanto, onde e o que os brasileiros estão lendo em 2007? E qual o impacto das políticas públicas do livro e leitura, que tiveram início em 2003 com a instituição da Lei do Livro, na sociedade brasileira? A grande mobilização nacional em favor da leitura que se deu em 2005, Ano Ibero-americano da Leitura, mais a desoneração fiscal do livro no ano anterior e a criação do Plano Nacional do Livro e Leitura, em 2006, estão fazendo as pessoas lerem mais? 
 
Estas são algumas das questões que devem ser respondidas com a segunda pesquisa nacional sobre comportamento leitor, que começa nas próximas semanas e deve ter seus resultados divulgados no início de 2008. É a Retratos da Leitura II, uma iniciativa do Instituto Pró-Livro, com apoio das três principais entidades do livro no Brasil: Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros). 
 
 
 
Lula anuncia o PAC do Livro no dia 4 
por Galeno Amorim 
 
Está marcada para o dia 04/10, quinta-feira da próxima semana, a cerimônia de anúncio do pacote de medidas do governo federal para a área social. Segue as pegadas do PAC e de seus filhotes nas áreas da educação e segurança. Entre as ações a serem apresentadas pelo presidente Lula no Palácio do Planalto, algumas são voltadas para a questão do livro e leitura. 
 
Tema central do Manifesto do Povo do Livro entregue, em 2006, pelas lideranças do meio aos candidatos a presidente, o programa de revitalização das bibliotecas públicas encabeça a lista. Zerar o número de cidades sem bibliotecas, investir na formação de agentes de leitura e instalar novos espaços de acesso ao livro estão entre as medidas. 
 
Uma boa novidade deve ser a regionalização da compra de parte dos acervos. É esperar para conferir. 
 
 
 
Até dezembro, só 6,8% das cidades sem bibliotecas 
por Galeno Amorim 
 
A Fundação Biblioteca Nacional dá um novo passo importante para que não exista mais no Brasil a vergonha de ter cidades sem bibliotecas. O presidente Muniz Sodré acaba de anunciar a instalação de mais 263 novas bibliotecas públicas, o que reduzirá o atual déficit de 613 para 350. Com isso, até dezembro cairá para 6,8% a quantidade de cidades sem esse serviço público essencial (era pior: 1.173, ou 21% dos 5.564 municípios brasileiros, estavam fora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas em 2003). 
 
Assim, o Brasil estará próximo de atingir uma das principais metas do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que é zerar o número de localidades sem esse equipamento. Muito bom! 
 
 
 
Entidades do livro preparam propostas 
por Galeno Amorim 
 
As principais entidades do livro no Brasil promoveram uma reunião histórica nesta quarta-feira (26/09), na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo. Ainda sob o impacto do anúncio recente do IBGE que aponta uma perigosa redução de 15% no número de cidades brasileiras que ficaram sem nenhuma livraria nos últimos anos, os dirigentes da cadeia produtiva do livro começaram a alinhavar uma série de medidas para tentar salvar os livreiros independentes e, ainda, buscar fórmulas para conter a redução drástica de títulos em catálogo e tentar ampliar o acesso dos leitores aos livros, especialmente nas pequenas e médias cidades e nas regiões mais afastadas do país. 
 
A idéia é resgatar o resultado das discussões realizadas no país nos últimos três anos, propor a volta da Câmara Setorial do Livro, Literatura e Leitura e, ainda, apresentar, até dezembro, um conjunto de medidas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
A presença maciça das entidades, inclusive as regionais, surpreendeu os próprios dirigentes. 
 
 
 
Puxão de orelhas 
por Galeno Amorim 
 
O Ministério da Cultura convocou para esta sexta-feira (28/9), no Rio, uma audiência com os presidentes das principais entidades do livro no Brasil. Durante o encontro, o secretário-executivo do MinC, Juca Ferreira, e o secretário nacional de articulação, Marco Acco, vão perguntar aos dirigentes por que não prosperou o recolhimento voluntário de 1% sobre os negócios com o livro para fomentar a leitura no país, conforme ficara combinado por ocasião da desoneração fiscal, em 2004. 
 
O MinC, que tinha engavetado, em fins de 2005, a proposta de criação de um organismo nos moldes do Sesc e Sebrae para gerir um fundo de R$ 45 milhões anuais com as contribuições do setor para financiar as políticas públicas de leitura, agora está bastante animado com a idéia. O projeto foi elaborado, na época, pelo próprio ministério, com a ajuda do Ministério da Fazenda. 
 
O caminho deve ser a criação de uma contribuição compulsória, uma espécie de CIDE (Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico) do Livro. As duas partes parecem concordar com essa saída. 
 
 
 
Ribeirão, uma cidade dos livros 
por Galeno Amorim, de Ribeirão Preto 
 
Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, é, decididamente, uma cidade dos livros. Palco, nesta semana, da 7ª Feira Nacional do Livro, que acontece a céu aberto, no meio de praças e ruas, com um público de mais de 300 mil pessoas, a cidade foi a primeira no país a instituir uma Lei do Livro. Isso aconteceu em 2001 (portanto, dois anos antes da versão nacional) e, nos três anos seguintes, o município instalou nada menos do que 80 bibliotecas, uma para cada 5 mil moradores. 
 
Com isso, a média de leitura subiu para 9,7 livros lidos por habitante/ano, seis vezes o índice nacional e o dobro de EUA e Inglaterra, por exemplo. 
 

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