Educação e o Prazer em Aprender

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Segundo Tavares (2024)[1] a educação é uma ação que leva o educando a transformar a sua realidade, modificando assim o seu entorno, todavia, ela tem que instigar o educando ao protagonismo cognoscente. Em pesquisa realizada na França pelo sociólogo Pierre Bourdieu, foi constatado que filhos de pais menos escolarizados estudam menos, isso implica em dizer no viés da sociologia que o fracasso escolar está intrinsecamente relacionado a origem social, a reprodução das diferenças e as deficiências socioculturais.

Partindo destas premissas, cabe ao docente, instigar o aluno a querer aprender cada vez mais para que o aluno carente e de alta vulnerabilidade seja o ponto fora da curva.

O professor tem que fomentar o prazer do aluno em aprender e isso é uma forma de instiga-lo a uma autotransformação, um autoconhecimento que o tirará da inércia e das estatísticas nada favoráveis à sua origem social.

É sabido e ressaltado nas falas de Tavares (2019[2]; 2022[3] e 2024) que existe um abismo entre os sistemas de educação pública e privada, e no sistema de ensino público, além da desvalorização dos professores, do sucateamento das escolas, falta de infraestrutura e muitas outra variáveis, tem-se ainda o contexto escolar e educacional dos alunos que também influenciam o processo ensino-aprendizagem.

Assim sendo, o prazer de aprender será algo individualizado, e por isso cabe ao docente ser o incentivador e para ser mais sincero, o encantador que fará o educando a querer mudar o seu status quo.

Na atual conjuntura é utópico imaginar um ambiente educacional equitativo entre as escolas públicas e privadas, mas cabe aos professores do ensino público oferecer mesmo que de maneira subversiva ao sistema, uma educação que prime pela excelência.

As falas subversivas segundo Tavares (2024) são entendidas como uma forma de não aceitação de manipulação do sistema político e educacional que é imposto de forma quase explícita uma alienação de seus alunos, cabendo aos docentes, trabalhar cada vez mais a criticidade e protagonismo de seus alunos.

Para Bernard Charlot, o aprender não é algo que ocorre de forma automática e tampouco acessível a todos já que existe uma variável que é muito pertinente ao indivíduo que se encontra enraizado em suas vivências.

Desta forma, pode-se perceber nas falas acima que o prazer de aprender não é acessível a todos, já que para tal resposta encontram-se respaldadas as falas do sociólogo Pierre Bourdieu, todavia, Pereira (2010)[4] complementa que devemos considerar também que o ato de aprender tem a sua perspectiva no cognitivo, no social, no cultural e no afetivo/emocional e quanto a isso, nos professores temos a plena consciência e tudo fazemos para que o educando tenha realmente o prazer em adquirir um conhecimento pertinente a sua realidade e nela atuar.

Tavares (2020)[5] salienta que uma forma de tornar o ambiente escolar acolhedor é por meio da escuta pedagógica, de uma gestão afetiva na qual o aluno é visto de forma mais humanizada, respeitando as especificidades de cada um, minimizando as disparidades no aprendizado.

Temos que fazer valer o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 na qual afirma que a educação é um direito de todos e para que este direito seja resguardado, estratégias usadas por algumas escolas está em professores de apoio e até mesmo cuidadores a terem um olhar acolhedor e pedagógico para os alunos com deficiência PCD.

Dito isso, cabe a nós professores desenvolver em nossos educandos o prazer em aprender, independente o sistema educacional, classe social ou até mesmo o contexto ao qual encontra-se inserido, pois já afirmava Paulo Freire, educar é um ato de amor.

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