Educação como política de Estado resgata dívida social

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O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 6, que é possível pagar a dívida da educação em uma geração. “A experiência internacional mostra que podemos saldar essa dívida de um século em cerca de quinze anos”, afirmou, durante o 7º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, que ocorre até o dia 8, no Hotel Meliá, em Brasília.  
 
O ministro foi convidado a apresentar as linhas gerais do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) no evento realizado pela Presidência da República. O encontro discute temas estratégicos relacionados à segurança e à defesa nacional. Haddad explicou que a educação brasileira estaria hoje no patamar de desenvolvimento alcançado por países desenvolvidos nos anos 20 ou 30 do século passado. “É preciso reunir vontade política e participação das famílias para resgatar essa dívida”, ressalta. O ministro acredita que, pela primeira vez, o país experimenta crescimento econômico aliado a um plano para melhorar a qualidade da educação.  
 
“Investiu-se muito em infra-estrutura, mas faltou investir no povo”, avalia, referindo-se a momentos de crescimento da economia, como nas décadas de 30, 50 e 70, em que não houve expressivo investimento em educação. Na visão de Haddad, os investimentos financeiros precisam estar ligados à formação de professores, avaliação e responsabilização dos gestores públicos. Segundo o ministro, a educação deve se transformar em valor social tanto para os governantes quanto para as famílias. “Esse esforço deve agregar todos, criando uma agenda de Estado que não admita descontinuidades causadas por trocas de governos.” 
 
No balanço sobre as políticas de educação realizadas no país, a qualidade ganhou lugar de destaque. Para Haddad, o Brasil já alcançou padrões satisfatórios de quantidade, em que há altas taxas de matrícula, por exemplo, mas ainda não assegura o aprendizado efetivo dos alunos. Segundo o ministro, o PDE assume tal desafio, ao vislumbrar a educação como sistema e focar metas que buscam maior eficácia do ensino.  
 
Políticas – Ao tratar a educação de maneira fragmentada, as políticas de educação teriam criado os problemas enfrentados atualmente, como a falta de professores com formação específica, sobretudo no ensino médio. “A falta de investimentos em educação superior hoje prejudica a educação básica e por isso faltam professores de química, física e matemática”, exemplifica. 
 
O ministro ainda citou outros prejuízos causados pela priorização de um nível educacional em detrimento de outro, como a distribuição de recursos da merenda escolar ou dos livros didáticos apenas a alunos do ensino fundamental. “A merenda para alunos do ensino infantil assegura alunos mais bem preparados na pré-escola e o livro didático para o ensino médio também é imprescindível à formação desses alunos”, afirma. 
 
O ministro destacou a importância de atrelar a educação tecnológica e científica, para que o aluno tenha conhecimento dos fundamentos científicos que embasam sua profissão e não perca sua formação em curto prazo, em função dos avanços tecnológicos. Para Haddad esse vínculo entre ciência e tecnologia também precisa ser estimulado na pós-graduação. “É preciso traduzir ciência em tecnologia aplicada para que nossos empresários possam competir no mundo globalizado sem explorar a mão-de-obra trabalhadora.” 
 
Para o ministro, as taxas de retorno dos investimentos em educação são garantidas. “A dívida educacional se paga uma vez só porque quando se assegura educação de qualidade a uma geração, não há retrocesso. Pais bem formados zelam pela educação dos filhos”, conclui.  

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