Livros irregulares

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Mil livros proibidos para a venda e destinados ao professor foram apreendidos em quatro sebos da região central de Ribeirão Preto na manhã de ontem. Os livros contêm selos na capa, que indicam a proibição da venda. 
 
A denúncia foi feita pela Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros), que deflagrou uma campanha nacional de combate à venda de livros não autorizados há dois anos. A associação contou com o apoio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão para a apreensão.  
 
Segundo o advogado da associação Dalizio Porto Barros, Ribeirão é a primeira cidade do interior do país onde foi feita a apreensão, que já ocorreu em capitais como Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e São Paulo. Ele afirma que os proprietários dos sebos poderão responder pelo crime de violação do direito autoral, que prevê a reclusão de dois a quatro anos. 
 
“Há um problema maior, que é educacional. Neste livro, o aluno tem todas as respostas das questões disponíveis“, explica Barros. Segundo ele, provavelmente o próprio professor vendeu o livro para os sebos. 
 
“Não acredito que o proprietário do sebo denuncie à polícia o professor que efetuou a venda“, diz. 
 
O maior número de apreensões ocorreu em um sebo localizado na rua São Sebastião, onde a polícia localizou 500 livros – quantidade que eqüivale a 1% do total de livros usados que são vendidos pelo estabelecimento. 
 
O proprietário do sebo, Dilermando Marques, afirma que desconhece a proibição da venda e afirmou que não irá mais comprar este tipo de livro. Entretanto, ele afirma acreditar que, uma vez dado ao professor, o livro deixa de ser propriedade da editora. 
 
“Se você ganha um presente, você é dono dele. Você faz o que você quiser com isso“. Marques diz que soube das apreensões que ocorreram em outras cidades do país, e decidiu manter os livros à venda. 
 
“Seria fácil se, no mesmo instante em que eu soube dessa apreensão, pedisse aos funcionários que jogassem esses livros fora. Mas não cometi nenhum crime, porque eu paguei por eles“, afirma. 
 
Segundo a assessoria de imprensa da Abrelivros, cerca de 450 mil a um milhão de exemplares de livros do professor são vendidos ilegalmente ao ano, gerando um prejuízo de R$ 20 mi a R$ 40 mi.  
 

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