Neste mês foram divulgadas as pesquisas de Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, realizadas em parceria pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData. O levantamento foi realizado referente ao ano-base de 2022.
A pesquisa Produção e Vendas do setor editorial brasileiro mostrou um crescimento nominal de 3% das vendas realizadas ao mercado, no último ano. Considerando a variação do IPCA de 5,79% no período, o resultado indicou um recuo de 2,6%. A pesquisa acompanhou o comportamento da produção e das vendas das editoras em quatro subsetores: Didáticos, Obras Gerais, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais). Em 2021, a queda em termos reais registrada foi de 4%.
Nos segmentos de livros didáticos, obras gerais e religiosos houve um aumento nominal de 6% no faturamento das editoras. Em termos reais, os três subsetores empatam com a inflação. Já o subsetor CTP apresentou uma queda em termos reais de 15% do faturamento.
A pesquisa também apontou que as livrarias exclusivamente virtuais é o canal com maior participação no faturamento das editoras, tendo alcançado 35,2% em 2022, superando pela primeira vez as livrarias físicas.
Também pela primeira vez em 2022, no subsetor de obras gerais, Feiras do Livro/Bienal aparece entre os cinco primeiros canais na participação do faturamento das editoras.
No subsetor de didáticos, o comportamento real das vendas para o mercado registrou queda de 0,02%, com um empate com a inflação. No entanto, se somado com as vendas totais ao Governo, a redução foi de 15%.
Ainda no subsetor de didáticos, os principais canais de distribuição em exemplares vendidos ao mercado foram Livrarias, com 27,0% de participação, e 26,9% do faturamento total do subsetor. Escolas e colégios indicaram 19,3% de participação, nos exemplares vendidos, e 21,6% de participação no faturamento total.
Por outro lado, a pesquisa “Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro” mostra que o faturamento total com conteúdo digital em 2022, alcançou um crescimento nominal de 35%, impulsionado pelo aumento de 69% do faturamento de Bibliotecas Virtuais e pela inserção do subsetor de didáticos através da categoria Plataformas Educacionais. Apesar desse crescimento, o conteúdo digital continua representando apenas 6% do mercado editorial brasileiro.*
O faturamento das editoras com a venda à la carte (uma unidade inteira), representa 54% do conteúdo digital comercializado. As outras categorias de faturamento (assinatura, plataformas educacionais, bibliotecas virtuais e etc), representam os 46% restantes.
As pesquisas Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro mostram um retrato da indústria no período analisado e permitem acompanhar as mudanças do setor. Para fazer o download das pesquisas clique aqui.
*A pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro realizada em 2023, com ano-base 2022, passou a considerar o subsetor de Didáticos através da inserção da categoria de faturamento: Plataformas Educacionais. Portanto, a comparação com o mercado de livros impressos passou a considerar também o subsetor de dDidáticos, cujo resultado é uma representatividade de 6% para conteúdo digital. Quando a comparação é feita nos moldes dos anos anteriores, ou seja, considerando apenas subsetores de Obras Gerais, Religiosos e CTP (para os livros impressos), o conteúdo digital representa 7% do mercado editorial brasileiro. Importante ressaltar que são consideradas apenas as vendas de livros impressos para o mercado, estão excluídas as vendas para o governo.