Serra lança plano para reduzir reprovação

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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou na segunda-feira, 20 de agosto, um plano que pretende diminuir pela metade a reprovação na rede estadual e alfabetizar todas as crianças aos oito anos até 2010. Algumas das ações para atingir os objetivos não foram detalhadas e outras já eram conhecidas.  
 
O anúncio foi feito quatro dias antes da data prevista para uma paralisação organizada por sindicatos da categoria.  
 
Atualmente, a taxa de reprovação na oitava série é de 16,4%; na primeira série do ensino médio, de 22% –números que vêm aumentando nos últimos anos. Já sobre a alfabetização, a estimativa é de que 40% dos estudantes na Grande São Paulo não estejam alfabetizadas aos oito anos.  
 
No total, o governo lançou dez metas, que incluem aumentar em 10% o rendimento da rede em exames de qualidade e melhoria na recuperação dos alunos, entre outras.  
 
Para chegar a esses objetivos, o Executivo apresentou dez ações, algumas delas já anunciadas anteriormente e que estão em andamento, como a colocação de um professor-assistente nas classes de alfabetização e a diminuição dos ciclos, de quatro para dois anos.  
 
Uma das medidas que ainda não está em prática é a premiação por desempenho, antecipada pela Folha no último dia 25.  
 
Serra disse que será considerada a evolução de cada escola anualmente, considerando, entre outros fatores, os resultados de avaliação de qualidade (como Prova Brasil e Saresp).  
 
As unidades que mais evoluírem ganharão mais recursos. O governador disse, porém, que o modelo de avaliação não está pronto. Segundo a Folha apurou, as secretarias de Educação, Gestão, Fazenda e Planejamento chegaram a apresentar um modelo para o governador, 
mas ele não concordou. Agora, a previsão é que o programa só seja definido em outubro.  
 
Outro anúncio do governo foi o de dar uma gratificação para diretores de escola, mas não estão definidos os valores.  
 
’O grande mérito desse plano é que São Paulo passa a ser o primeiro Estado com um plano de metas a serem atingidas’, disse a secretária da Educação, Maria Helena de Castro.  
 
Lisandre Maria Castello Branco, da Faculdade de Educação da USP, teme que o pacote não saia do papel. ’Se não houver um plano de ação prático, que faça com que as medidas cheguem até a sala de aula, corre-se o risco de, mais uma vez, tudo ficar no papel.’  
 
Já a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, elogiou a idéia de lançar um pacote.  
 
“O programa de recuperação é essencial. Mas tem de ser feito ao longo do ano, com poucos alunos.“  
 
Veja a lista completa de metas do governo  
 
METAS  
 
* Todos os alunos de oito anos plenamente alfabetizados  
* Redução de 50% das taxas de reprovação da 8ª série  
* Redução de 50% das taxas de reprovação do ensino médio  
* Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais  
* Aumento de 10% em índices de desempenho  
* Atendimento de 100% da demanda de jovens e adultos de ensino médio com oferta de currículo profissionalizante  
* Implantação do ensino fundamental de nove anos, em colaboração com os municípios  
* Utilização da estrutura de tecnologia da informação e da * Rede do Saber para programas de formação continuada de professores na própria escola  
* Descentralização do programa de alimentação escolar  
Programa de obras e infra-estrutura física das escolas  
 
SITUAÇÃO ATUAL  
 
* Não estão alfabetizados 40% dos alunos na Grande SP e 30% no interior  
* Taxa é de 16,4%  
* Taxa é de 22% (1º ano do ensino médio)  
* Reforço é feito somente no final do ano  
 
Um exemplo: o Saeb (Sistema Nacional de Educação e Avaliação Básica) da 4ª série do ensino fundamental, em língua portuguesa, São Paulo tem média de 177,9. A média do Sudeste é de 181,4  
 
* Atendem de 70% a 75% da demanda, sem currículo profissionalizante  
* O ensino fundamental tem oito anos, mas lei federal prevê ampliação para nove  
* A maior parte é feita fora da escola  
* Faltam 30 municípios  
* Ainda há 76 salas de latão e 35% das escolas de ensino fundamental não tem laboratório de informática  
 
MEDIDAS  
 
* Implantação do projeto Ler e Escrever (universitários como professores auxiliares)  
* Reorganização da progressão continuada (implantação de ciclos de dois anos) a partir de 2008  
* Divulgação dos currículos e expectativas de aprendizagem em setembro de 2007  
* Implantação de etapas de recuperação intensiva dos conteúdos no 1º semestre de 2008  
* Diversificação curricular do ensino médio (aluno poderá optar por habilitações técnicas)  
* Reorganização da educação de jovens e adultos  
* Ensino fundamental de nove anos a partir de novembro de 2007  
* Melhorar a utilização dos sistemas de avaliação  
* Melhorias na gestão dos resultados e política de incentivos  
* Plano de obras e investimentos, como laboratórios de informática e materiais de apoio  
 
Fontes: Secretária da Educação de SP e Censo Escolar
 
 
 
Plano para educação de Serra inclui circuito de TV nas escolas 
 
Todas as escolas estaduais da Grande São Paulo terão circuito interno de TV para melhorar a segurança. A medida está no plano para a área de educação lançado nesta segunda (20) pelo governador José Serra (PSDB) e pela secretária da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro, que tomou posse no fim do mês passado. O pacote contém dez medidas, a serem implantadas até 2010.
 
A primeira meta é alfabetizar todas as crianças do Estado com oito anos de idade. Com esse objetivo, o governo já havia contratado, neste ano, professores auxiliares nas séries iniciais do ensino fundamental.  
 
Além disso, o ensino fundamental terá nove anos, e não mais oito. Assim, a criança começará a estudar com seis anos, em vez de sete. Pela meta do governo, haverá então dois anos para que a alfabetização ocorra. 
 
O aumento do ensino fundamental em um ano cumpre a determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, válida para todo o país e que fixa como 2010 o prazo para que a implementação ocorra em todas as escolas brasileiras.  
 
Na reprovação, o governo quer reduzir em 50% as taxas de reprovação na 8ª série do ensino fundamental — que foi de 14,6% em 2006 — e no ensino médio — que hoje é de 17,8%. 
 
A secretaria pretende ainda elevar em 10% o desempenho do Estado nas avaliações externas nacionais — como a Prova Brasil, da qual o Estado fará parte pela primeira vez em 2007 — e estaduais — o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que aplica provas e questionários aos alunos dos ensinos fundamental e médio.  
 
Segundo artigo da secretária Maria Helena publicado nesta segunda na “Folha de São Paulo“, cada escola de São Paulo receberá metas. “No próximo ano, na mesma época, faremos nova avaliação, comparável à deste ano. As escolas que apresentarem melhor evolução receberão uma remuneração adicional, a qual beneficiará o conjunto dos seus funcionários: diretor, supervisor, professores, pessoal administrativo.“ Para essas premiações, estão previstos R$ 700 milhões. 
 
Para isso, o governo irá implantar programas de recuperação nas séries finais de todos os ciclos (2ª, 4ª e 8ª séries do fundamental e 3ª série do médio). A rede estadual adota a progressão continuada, em que a repetição pode ocorrer apenas por ciclo, e não ano a ano. Neste ano, a ex-titular da Secretaria de Educação, Maria Lucia Vasconcelos, anunciou que a duração desses ciclos seria diminuída: de quatro anos para dois anos.  
 
Outra medida inclui a inclusão, em toda a rede estadual, de opções profissionalizantes na grade curricular. Em parceria com órgãos públicos e privados, serão oferecidas aulas de administração, língua estrangeira e informática. Já em 2008, o curso de técnico em administração será implantado em 20% dos cursos noturnos de ensino médio. 
 
Professores, diretores e coordenadores terão à disposição um programa de formação continuada. Por isso, serão instalados computadores ligados à Internet em todas as salas de professores, com impressoras e ambientes multimídia.  
 
O plano também inclui a merenda escolar: o processo será descentralizado ou municipalizado nas 30 cidades que ainda têm alimentação diretamente ligada ao Estado. 
 
A última medida atinge a infra-estrutura das escolas, com investimentos previstos de cerca de R$ 1,7 bilhão. Com essa verba, serão construídas 74 escolas e reformadas outras 77. Além disso, cerca de 50% das escolas terão de ser acessíveis a alunos com deficiência; as quadras de esportes devem ser recuperadas e cobertas, todas as escolas terão laboratórios de informática e de ciência; e as bibliotecas serão atualizadas e informatizadas. 
 
A rede estadual de São Paulo tem 5.300 escolas. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 98,6% da população de sete a 14 anos do Estado está estudando. Na faixa etária entre 15 e 17 anos, são 86,4%. 

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