Professor de SP terá guia para dar aulas

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A partir de segunda-feira, 27 de agosto, os professores da rede municipal de Educação de São Paulo vão começar a receber um documento que especificará, pela primeira vez no sistema, o que deverá ser ensinado aos alunos em cada disciplina de cada ano do ensino fundamental. 
 
Pode parecer um guia básico, mas a cidade ainda não tinha isso e, na prática, cada professor até hoje ensinou o que conseguiu aos seus estudantes, com base no livro didático a ser seguido – o que dá margem para muitas variações entre as turmas. É comum, por exemplo, pular capítulos de livros, achar que algum tema é difícil demais para aquela classe ou não seguir as obras até o fim. 
 
O problema é freqüente ainda na maior parte das cidades e Estados do País e apontado por especialistas da área como uma das falhas a serem resolvidas no sistema para um melhor desempenho dos estudantes.  
 
Isso porque os parâmetros curriculares nacionais, estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), trazem diretrizes bastante vagas e flexíveis. Funcionam como um norteador que cada rede deve seguir na hora de elaborar suas próprias formas de concretizar esses conhecimentos. Atualmente, a rede estadual da Educação trabalha na elaboração de um material do tipo para o ensino médio, para conseguir assegurar que todo aluno receba um conjunto de conteúdos mínimos por ano. 
 
“Desde o início colocamos a necessidade de o município ter um currículo estabelecido, com o que cada criança deve aprender, ano a ano, e disciplina por disciplina. Agora, teremos essas expectativas definidas e que serão levadas para o professor e mostradas para a sociedade, que poderá cobrar isso das escolas”, explica o secretário de Educação do município, Alexandre Schneider. 
 
Ele diz que o programa entrará em vigor a partir do primeiro semestre do ano que vem e que os pais dos alunos também receberão um exemplar do guia antes do semestre. “É também direito dos pais saber o que os alunos devem aprender na escola”, afirma. 
 
O currículo e a definição das expectativas de aprendizagem (nome dado ao que cada aluno deve aprender) serão acompanhados por um guia de práticas pedagógicas para o professor. Ou seja, além de saber o que terá de ensinar aos estudantes, ele terá orientações didáticas que poderá adotar para chegar a esse objetivo. São como propostas de como abordar alguns temas e trabalhar, em sala de aula, os conteúdos. 
 
“A escola não vai perder sua liberdade de estabelecer seu próprio programa a cada ano, ela não vai ser restringida. O que estamos colocando nesse guia são os conteúdos que todos alunos devem aprender. É o mínimo que tem de ser ensinado na escola. Porque até então não tínhamos definido detalhadamente o que cada criança deve aprender”, diz Regina Lico, diretora de orientação técnica da secretaria. 
 
MÉTODO 
 
O material que chegará às escolas foi desenvolvido por um grupo técnico da área pedagógica da secretaria. Consultores especializados também foram ouvidos. E 600 professores da rede foram chamados para dar suas sugestões e propostas de inserção de conteúdos. 
 
Na semana que vem, todos os professores da rede receberão o material. Eles terão cerca de 15 dias para lê-lo e encaminhar suas sugestões para a secretaria, que analisará essas respostas e poderá decidir fazer modificações nas diretrizes. 
 
“Estamos fazendo um trabalho democrático com as escolas”, diz o secretário. Isso para que, na hora da aplicação, haja um consenso nas escolas em torno do tema. 

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