Serão os livros escritos por inteligência artificial o futuro do mercado editorial?

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A literatura mudou muito ao longo dos anos em todos os aspectos. Com uma variada gama de autores e estilos literários, dos grandes livros aos e-books, a literatura evolui à medida que a tecnologia continua a se desenvolver. Nos últimos anos, houve um aumento significativo no uso da inteligência artificial (IA) para gerar conteúdo escrito, incluindo livros.

Os algoritmos sofisticados e as técnicas de processamento de linguagem natural das IAs são capazes de analisar grandes quantidades de dados, gerar novas ideias e produzir conteúdo escrito com grande qualidade.

Apesar de toda essa facilidade e possibilidade que a IA tem de revolucionar o mercado editorial, ao mesmo tempo, também cria uma preocupação do tamanho do seu impacto e na iminente substituição dos autores humanos. Será possível que as máquinas substituam a criatividade e a autenticidade que nós, seres vivos, temos?

Recentemente um livro escrito 100% por inteligência artificial gerou um burburinho nas redes e no mercado. O americano Ammar Reshi escreveu seu próprio livro infantil em apenas 72 horas, usando ferramentas como o ChatGPT para texto e o Midjourney para as imagens. Como esperado, ele foi bombardeado de críticas após a publicação do livro, que gerou debates ligados aos direitos autorais e liberdade de expressão, já que a IA utiliza informações e exemplos já existentes na rede para gerar um novo conteúdo. Ou seja, a criação não é algo totalmente original.

A IA pode até escrever capítulos mais rápidos do que um humano, mas nada substitui a emoção que um autor coloca em suas palavras. A escrita com IA não tem a profundidade emocional e as perspectivas únicas que vêm da experiência humana. É sempre bom lembrar que a escrita envolve mais do que apenas colocar palavras em uma página, também envolve as nuances da experiência humana, a capacidade de se conectar com os leitores em um nível pessoal e a paixão e dedicação que levam os escritores a criar suas histórias.

No entanto, essa tecnologia tem o potencial de revolucionar a indústria editorial, permitindo que autores escrevam mais livros, mais rápido e de forma mais eficiente do que nunca.

Então como usar a tecnologia a seu favor nesses casos? A inteligência artificial pode e deve ser usada para aprimorar o mercado editorial em várias tarefas, como pesquisa, esboço e até edição. Está escrevendo um mistério e não tem certeza de que essa trama é boa o suficiente? Peça para a IA avaliá-la. Ou então está em dúvida de como pode melhorar a explicação de uma teoria? Ela poderá te ajudar a encontrar as palavras certas. E, é claro, revisões gramaticais são sempre bem-vindas quando falamos de livros.

A IA vai muito além da escrita automática e seu uso é bem-vindo. Crie sinopses, títulos, nomes para seus personagens e descrições detalhadas de pessoas e lugares onde sua história se passa. Mas não deixe que isso tire a sua capacidade de ser criativo e seu senso crítico – a obra é sua! Os seres humanos são ótimos em transmitir sua compreensão geral do mundo e seus sentimentos por meio das palavras, coisa que a linguagem natural das máquinas ainda não é capaz.

Outro uso positivo das IAs é na criação de capas e imagens para as obras, já que muitas pessoas têm dificuldade em criar suas próprias artes. A ferramenta é capaz de oferecer sugestões de imagens e cores para a identidade visual, além de dicas de como organizar melhor suas ideias e colocar sua obra no mundo.

Um ponto importante a ser levantado é que não tem volta: a tecnologia veio para ficar e, com isso, o mercado editorial passou por uma grande disrupção. Hoje em dia você não precisa mais procurar uma editora e torcer para ela gostar da sua ideia e topar publicar o seu livro. Você mesmo pode usar plataformas de autopublicação, como a brasileira UICLAP. Com isso, a tecnologia ajuda a democratizar e facilitar a publicação de livros, enriquecendo as obras nacionais.

E essas facilidades não tiram o espaço de ninguém, apenas colocam as pessoas no centro de tudo. A parte mais importante desse processo se torna o autor, suas histórias, experiências e culturas, que são o que fazem a diferença e transformam os livros em best-sellers.

À medida que a escrita de AI continua a melhorar, é provável que se torne uma parte cada vez mais importante da indústria editorial, com o potencial de criar novas oportunidades para autores e editores. Esse debate é longo e complexo, mas não podemos negar que esse modelo já deixou sua marca no mundo.

Os livros escritos por IA são o futuro? Só o tempo irá dizer, mas aguardo ansioso para ver as transformações que essa nova ferramenta trará para o mercado.

Publicado por BETINHO SAAD – PUBLISHNEWS em 05/04/2023.

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