R$ 1 bi a mais para educação é pouco, diz ex-ministro

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Apesar de analisarem positivamente o Plano de Desenvolvimento da Educação, anunciado anteontem para educadores no Palácio do Planalto, os ex-ministros da Educação Paulo Renato Souza e Cristovam Buarque não deixaram de criticar alguns pontos do projeto. As maiores queixas são de Cristovam, para quem as medidas serão insuficientes. 
 
“Nada do que foi anunciado é ruim, mas é absolutamente insuficiente para mudar o quadro da educação. O recurso adicional de R$ 1 bilhão, por exemplo, é muito pouco. Hoje, o poder público já gasta R$ 60 bilhões com a educação por ano. Com o pacote, vai gastar R$ 61 bilhões“, diz Cristovam, demitido por Lula em 2004 e hoje senador pelo PDT. 
 
Paulo Renato, ministro durante todo o governo FHC e hoje deputado federal pelo PSDB, diz que o governo finalmente fez um plano para a educação, o que não “houve nos primeiros quatro anos“. Para ele, o importante agora é saber como serão implementadas as medidas. 
 
“O plano é uma declaração de boas intenções. A pergunta agora é como implementar. De qualquer jeito, considero positivo que o governo tenha feito um plano porque agora ao menos teremos um rumo e algo a cobrar. Nos últimos quatro anos, houve alternância muito grande das prioridades“, diz. 
 
Início em abril 
 
O Ministério da Educação trabalha com a meta de ter, até o fim de abril, quase todos os projetos do Plano de Desenvolvimento da Educação implementados ou iniciados. 
 
Isso será possível especialmente para as propostas que dependem apenas do MEC, como a criação de indicadores para avaliar municípios ou a realização de um censo escolar por aluno. Também deve sair do papel já neste ano o programa de investimentos nos municípios com piores indicadores. 
 
Os recursos para o investimento nas piores cidades, de acordo com o MEC, já estão garantidos: são R$ 500 milhões que, até o final do ano, poderão aumentar para R$ 1 bilhão. 
 
Também já deve ser implementada neste ano a realização do Censo Escolar por aluno. Hoje, as informações são coletadas via diretores de escolas, mas não há informações específicas por aluno. A idéia é, já neste ano, começar a coletar dados de cada estudante. 
 
Não se espera, no entanto, a mesma agilidade na implementação de propostas que envolvem outras pastas da área social. É o caso da inclusão das escolas na área de atuação do programa de saúde da família -em discussão com o Ministério da Saúde- e a ampliação do Bolsa Família para a faixa até 17 anos com pagamento de um bônus por bom desempenho escolar -em discussão com Fazenda e Desenvolvimento Social. 
 
Outro projeto que mereceu destaque, o exame nacional de alfabetização de crianças até oito anos, dificilmente virará realidade neste ano. Isso porque o ministério ainda discute como serão aplicadas as provas. 
 

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