Escolas questionam PAC da Educação

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Enquanto o MEC anuncia o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que inclui a criação da Provinha Brasil – mais uma avaliação nacional de desempenho que será aplicada para alunos de 6 a 8 anos – os alunos da Emef Campos Salles, de Heliópolis, Zona Sul, nem sequer tiveram acesso aos resultados da Prova Brasil, exame aplicado no fim de 2005 pelo MEC para alunos de 4ª e 8ª séries de todo o País. 
 
Segundo Braz Rodrigues, diretor da escola, as provas feitas pelos alunos não chegaram até o MEC. ’A Coordenadoria de Ensino do Ipiranga perdeu as provas e até hoje não tivemos retorno. Questiono-me até que ponto vale a pena investirem em avaliações se ainda há outras barreiras a serem vencidas.’ 
 
No entanto, Braz não deixa que esses problemas diminuam o engajamento de sua equipe pedagógica. Desde 2005, a Emef Campos Salles adota a pedagogia da Escola da Ponte, de Portugal, que prioriza a liberdade e autonomia dos alunos. ’De nada adianta ter um ótimo Plano de Desenvolvimento Educação, se este nunca consiga ser colocado em prática.’ 
 
Sem o diagnóstico da Prova Brasil, a equipe pedagógica da Emef Campos Salles tem feito seu planejamento com base nos resultados de diagnósticos internos. ’A cada ano medimos índices como evasão escolar, retenção nos ciclos para criar metas de melhorias. Nos últimos anos reduzimos em mais de 50% o número de alunos que passavam de série com nota não-satisfatória.’ 
 
Independentemente do PDE ser colocado em prática, a Emef Campos Salles já tem muitos planos para 2007. ’Aplicaremos avaliações semestrais, os alunos farão parte de uma colocação por classe, para que seus professores possam criar estratégias para que os últimos colocados da prova se aproximem do desempenho dos primeiros.’ 
 
Para Waldir Romero, diretor da Emef Comandante Garcia D’Ávila, Zona Norte, antes de investir em avaliações, é preciso criar condições favoráveis à formação da criança. ’O PDE só vai funcionar se houver comprometimento da sociedade. Sem continuidade, a educação não vai melhorar.’ 
 
Outro fator destacado por Waldir são as regionalidades. ’Não é justo rankear os resultados da Prova Brasil ou criar um piso salarial nacional do professor, pois cada região do Brasil tem sua particularidade.’ 
 
Em relação às avaliações dos alunos da Emef Campos Salles que participaram da Prova Brasil, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que vai apurar com a Coordenadoria de Ensino do Ipiranga o ocorrido. 
 
A SUGESTÃO DOS EDUCADORES  
 
É preciso mais organização por parte dos governos (municipais, estaduais e federal) em relação à verba aplicada 
 
Uma escola da Capital chegou a receber recentemente um fogão de R$ 8 mil sem que ao menos tivesse solicitado, mas há anos aguarda as mesas que pediu para trabalhar com alunos agrupados, o que melhoraria o desempenho dos alunos de forma direta 
 
O ‘achismo’ tem de dar lugar à elaboração de metas com base nas avaliações feitas pelos educadores das escolas 
 
O PDE não pode ser apenas um plano de governo. A sociedade tem de se envolver. 

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