Brasil melhora na alfabetização, mas ensino é ruim, diz relatório

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O número de jovens alfabetizados aumenta progressivamente no Brasil, mas a qualidade da educação continua entre as piores do mundo, mostrou um estudo divulgado na quinta-feira 18 de janeiro. 
 
O Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2006, elaborado pela Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), indicou que, numa população de 35,5 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, somente 3,4 por cento são analfabetos. 
 
O estudo da OEI, feito com dados oficiais até 2003, afirmou que a população de jovens analfabetos caiu em comparação aos 4,2 por cento registrados em 2001. Em 1993, a taxa de analfabetismo entre os jovens brasileiros era de 8,2 por cento. 
 
“Observaram-se progressos. É alentador. Há menos jovens analfabetos, mas os 3,4 por cento indicam que mais de um milhão de jovens vivem à margem das condições mínimas de acesso à cultura letrada“, disse à Reuters o consultor da OEI e autor do trabalho, Julio Jacobo Waiselfisz. 
 
O analfabetismo vem caindo no país graças à universalização do ensino fundamental nos últimos anos. 
 
Os 1,137 milhão de jovens brasileiros analfabetos são, em sua grande maioria, pobres e negros, e cerca de 71 por cento deles vive na região Nordeste. 
 
Com 187 milhões de habitantes, o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, atrás somente da Nigéria. 
 
Waiselfisz observou que apenas dois Estados concentram um terço dos jovens analfabetos do Brasil: Bahia e Pernambuco. 
 
Ele indicou, no entanto, que o Estado em pior situação em termos proporcionais quanto a educação de seus jovens é Alagoas, onde 15,4 por cento da população juvenil é analfabeta. 
 
O estudo, cuja finalidade é contribuir para a formulação de políticas públicas eficazes, apontou que Alagoas não acompanhou as conquistas obtidas pelo resto do país. 
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA ENTRE AS PIORES 
 
O estudo da OEI apontou que, no Brasil, cerca de 97 por cento das crianças entre 7 e 14 anos vão à escola. Mas a situação educacional da população juvenil não é boa. 
 
Cerca de 49 por cento dos jovens entre 15 e 24 anos estudam, mas quase 17 por cento deles estão no ensino fundamental. “(Eles) têm uma escolaridade defasada. Vão à escola, mas estão numa fase que não corresponde a eles“, ressaltou Waiselfisz. 
 
A qualidade da educação do Brasil está entre as três piores do globo, ao lado da Indonésia e da Tunísia, segundo um estudo feito entre 41 países em 2003 e citado pela pesquisa da OEI. 
 
“Boa parte dos avanços quantitativos experimentados nos últimos anos está sendo comprometida pelos gargalos qualitativos do sistema educacional brasileiro“, afirmou o estudo. 
 

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