O nível de conhecimento de um aluno de oitava série no Brasil é similar ao de um estudante de quarta série nos países desenvolvidos, diz o Prova Brasil, exame realizado pelo Ministério da Educação (MEC). 75% dos brasileiros são analfabetos funcionais – lêem e não entendem -, mostra o Instituto Paulo Montenegro. Além disso, apenas 84% das crianças concluem a quarta série e 57% completam o ensino fundamental, adverte o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Estes e muitos outros indicadores descrevem a ainda obscura realidade da educação brasileira. Para tentar modificar essa situação, um grupo de empresários e representantes da sociedade civil, com a ajuda do governo, se prepara para lançar um movimento que tem por objetivo melhorar a qualidade da educação do país até 2022, bicentenário da Independência do Brasil.
Chamado de Compromisso Todos pela Educação, a campanha será lançada no próximo dia 6 de setembro no Museu do Ipiranga, em São Paulo. No evento, serão apresentadas as cinco metas que guiarão o movimento. Entre elas estão o acesso, permanência e sucesso da criança na escola. Mais concretamente, o grupo pretende que 98% das crianças e jovens entre quatro e 17 anos estejam na escola daqui a 16 anos. Hoje, o índice de crianças com idades entre sete e 14 anos no ensino fundamental é de 96,4%, mas entre os alunos que cursam a quarta série no ensino público, 55% não sabem ler nem escrever.
Diante disso, outra meta é fazer com que todas as crianças estejam alfabetizadas aos oito anos em 2022. Para saber se o objetivo será cumprido, o grupo propõe a realização de provas na segunda série do ensino fundamental.
Além dos objetivos qualitativos, será apresentada a intenção de elevar os investimentos em educação básica de 3% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2011. Segundo dados do MEC, o gasto anual por estudante de escola pública não passa de R$ 600. Isto significa que um aluno de escola pública brasileira estadual ou municipal custa menos de R$ 2 por dia. Com R$ 60 por mês, portanto, são pagos professores, funcionários e material didático.
Segundo seus organizadores, a campanha não repetirá ações que não deram certo anteriormente, destacando algumas diferenças da nova empreitada. A primeira estaria na abrangência e duração do projeto. A segunda no fato de não se tratar de um evento isolado, mas uma ação permanente, que não pretende fazer o papel dos governos, nem das organizações da sociedade civil, mas sim atuar ao lado destes órgãos e fortalecê-los.
O terceiro diferencial estaria relacionado à consistência dos resultados que se espera obter e o modo como se fará o monitoramento destes retornos. Por fim, o movimento buscará mobilizar, orientar e estimular pais, educadores, líderes comunitários, conselhos tutelares, promotores públicos e empresários, ao invés de promover a intervenção direta na escola ou junto às entidades educacionais.
Já a partir do lançamento oficial, o Compromisso Todos Pela Educação é aberto a participação de empresas, entidades religiosas, organizações de terceiro setor, sindicatos e indivíduos que, de alguma forma, querem se juntar ao esforço por uma educação de qualidade no Brasil.
Educação leva país à independência
Portal Aprendiz
Essa semana o Brasil comemora sua independência e um grupo de empresários, representantes da sociedade civil, organizações não-governamentais e órgão públicos se articulam para que a nação seja de fato independente através da educação.
O movimento Compromisso Todos pela Educação, inédito no país, pretende que a educação melhore até 2022, prazo para o cumprimento das Metas do Milênio, estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Um documento será lançado para estabelecer a educação como um compromisso para todos. Levantará indicadores para a população medir anualmente o desempenho do ensino. Dessa forma, dados concretos serão utilizados para cobrar do governo uma postura mais eficiente.
