Exclusão ainda é marca da educação no Brasil, diz Ipea

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

A exclusão social ainda é uma marca no sistema educacional brasileiro, embora o país já consiga fazer com que todas as crianças entrem na escola. A análise faz parte da segunda fase do estudo “Brasil – O Estado de uma Nação“, divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada). 
 
Dos que entram, 84% concluem a 4ª série e 57% terminam o ensino fundamental. No ensino médio, o índice de conclusão é de apenas 37%. O estudo destaca que a exclusão atinge a população com menos recursos. Na primeira série, cerca de dois terços dos estudantes vêm de segmentos mais pobres da população. Já no ensino superior, menos de 5% têm essa origem.  
 
Apesar da exclusão, o Ipea destaca a expansão do ensino básico, que já está próximo da universalização, o crescimento do ensino superior. Para que esse processo tenha continuidade, sugere o investimento em qualidade, sobretudo no ensino de nível básico, e a expansão do ensino médio. 
 
De acordo com o estudo, a má qualidade no sistema educacional vem da necessidade da entrada prematura da população no mercado de trabalho. Isso leva a, mais tarde, parte dessa população procurar programas de educação e treinamento.  
 
O Ipea lembra Sistema de Avaliação do Ensino Básico classificou a metade dos alunos da quarta série como incapazes de ler um texto relativamente simples e que isso significa mão-de-obra inabilitada para operar em uma economia moderna, lembrando que a renda será determinada pelo investimento em educação. 
 
No caso da população universitária, o destaque é que ela passou de 1,4 milhão em 1980 para 4,2 milhões. O crescimento do número de vagas oferecidas foi de 64%, no setor privado, e de 56%, no setor público, mas ainda há uma demanda represada. 
 
Para o Ipea, o crescimento dessas vagas no setor privado está ligado à burocracia para a autorização de funcionamento de cursos; à preocupação com um crescimento desordenado da educação privada; e ao medo de competição de novas escolas particulares. 
 
Outro ponto é a demanda. Entre os 40% mais pobres, praticamente inexiste demanda para o ensino superior (público ou privado). 
 
Já as novas vagas por meio do setor público acarretariam em um investimento elevado. Hoje, esse gasto representa 0,82% do PIB (Produto Interno Bruto). 

Menu de acessibilidade