Dentre as variáveis para equacionar uma educação de boa qualidade, uma das mais relevantes é a família, ou seja, o acompanhamento dos pais e/ou responsável(eis).
Esta pandemia chegou, e o isolamento implicou em mudanças tanto didáticas quanto pedagógicas por parte das escolas e também atitudinais por parte da família, já que antes, como ressaltado no livro Escola não é Depósito de Crianças: A Importância da Família na Educação dos Filhos, publicado pela Wak em 2012, muitas famílias com seus filhos em escolas públicas, ficavam totalmente omissas com suas obrigações.
No livro ressalto que a família tem a obrigação de auxiliar na educação do educando, lembrando que ela é a principal responsável pela educação dos filhos e ela é a base para a construção do caráter de seus filhos, bem como valores, ética, calor emocional, sentimento de bem estar, respeito e pertencimento, sentimento este esquecido tanto pelos pais quanto pelos filhos.
Muitos pais, eram omissos quanto a obrigação e tarefa em auxiliar seus filhos em relação a esta educação formal, e destes, a maioria sequer sabia o nome dos professores e tampouco o ano e/ou turma.
Eles faziam da escola um depositário, e responsabilizava-a por tudo, e como agravante, estes pais sequer atendiam telefonemas ou compareciam a reuniões para acompanharem os rendimentos de seus filhos e se sentiam no direito de agredir, física ou verbalmente professores que ousassem corrigir seus rebeldes rebentos, pois como é ensinado erroneamente hoje claro, que escola é uma extensão da casa, tais alunos se sentiam no direito de fazerem o que bem entendesse, faltando inclusive com respeito a seus professores.
Hoje, a situação mudou. Alguns pais passaram a reconhecer a importância do professor e percebeu a dificuldade que alguns `filhos` apresentam e quão é trabalhoso para o professor, pois muitos lidam apenas com um filho, e o professor com 20 a 30 alunos, e dependendo de certas escolas, as classes costumam ter até mais alunos.
Vale lembrar que são turmas heterogêneas, ou seja, lida com alunos de inclusão valorizando assim as diversidades, o que exige um pouco mais deste herói chamado professor.
É ressaltado no livro supracitado que todo educador sabe que o apoio da família é crucial no desempenho escolar de seu filho, e com base nisso, é esclarecido no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Art. 4°, que a responsabilidade em cuidar e educar os filhos é da família. Deflui ainda neste Estatuto no Art. 129, Inciso V, que
` Os pais, além da matrícula, têm o dever de acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar do filho […] garantir a permanência, bem como observar e participar da evolução escolar da criança ou adolescente, avaliando seus progressos individuais e estimulando-os para que o estudo seja-lhes rendoso`.
Existe um projeto parado no Senado Federal em que obriga a participação dos pais na vida escolar de seu filho. Tal projeto ressalta que os pais terão que comparecer a pelo menos, 4 reuniões por ano na escola do filho e caso não ocorra, os mesmos: ficarão impedidos de prestar concurso público; não poderão receber remuneração de emprego público; não poderão fazer empréstimos em bancos estatais e não poderão tirar passaportes.
Trata-se ainda de um projeto que está em discussão, mas precisamos ser otimistas para que tal projeto seja analisado e acrescentado outras melhoras para que os pais não sejam mais omissos e tampouco levianos com a educação de seus filhos.
Dito isso, que a parceria entre escola e família saia reforçada neste isolamento, que apesar da situação, trouxe um ponto favorável para que os filhos voltassem a se sentir amados e queridos por seus familiares, já que uma escola, por melhores profissionais e infraestrutura que venha a ter, ela nunca suprirá a carência que uma criança sente quando tem uma família ausente, o que é corroborado no livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais onde ressalto que os professores sabem que jamais irão preencher o espaço deixado pela família de seus alunos, e dessa forma, faz-se necessário uma parceria entre educadores e família, para que cada um preencha o seu espaço na vida do educando.
