Brasil e França selam acordo de cooperação educacional

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No contexto da visita do presidente Jacques Chirac ao Brasil, nesta quinta-feira, 25, o ministro da Educação da França, Giles de Robien, manteve reunião de trabalho com o ministro Fernando Haddad antes de assinar, na presença dos presidentes dos dois países em cerimônia no Palácio da Alvorada, dois protocolos de intenções entre os ministérios da Educação do Brasil e da França. O principal objetivo dos documentos é a promoção recíproca de línguas e culturas nacionais e a criação de um fórum franco-brasileiro do ensino superior e da pesquisa.  
 
Durante o encontro os dois ministros apresentaram propostas de cooperação entre os países, que possuem diversos programas bilaterais de ensino e pesquisa, como a Cooperação Franco-Brasileira para Formação de Engenheiros (Brafitec), que promove o intercâmbio de estudantes de engenharia, e o Colégio Doutoral Franco-Brasileiro, que concede 30 bolsas anuais para brasileiros fazerem uma parte do doutorado na França. 
 
Fernando Haddad comentou que pretende criar cátedras de estudos brasileiros em universidades francesas, com recursos do fórum das empresas estatais. Giles de Robien disse, por sua vez, que gostaria de fazer uma parceria entre os institutos universitários de tecnologia (IUT), da França, e os centros federais de educação tecnológica (Cefets). A intenção é formar profissionais de áreas específicas, como a locomotiva. 
 
Haddad também entregou uma carta a Robien explicando o que vai apresentar durante a próxima reunião do G-8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), que vai ocorrer em Moscou, (Rússia), nos dias 1º e 2 de junho. São duas sugestões: a conversão da dívida externa em investimentos em educação e a cooperação triangular Norte (países ricos), Sul (países em desenvolvimento) e Sul (países pobres). Os ricos financiariam a implementação de programas educacionais bem-sucedidos dos países intermediários, como o Brasil e a Índia, em nações mais pobres. Robien aprovou a proposta e ficou de estudá-la na próxima semana. 
 
Ponto de vista – Segundo Alessandro Candeas, chefe da assessoria internacional do MEC, o encontro foi importante porque mostrou que “os dois países compartilham do mesmo ponto de vista em relação à educação, o que será evidenciado na reunião do G-8”. “O encontro mostrou que a agenda da educação é um dos temas centrais da visita do presidente francês Jacques Chirac ao Brasil. A linha de ação que une Norte-Sul-Sul é um novo formato de cooperação internacional”, afirmou. 
 
A cooperação educacional entre Brasil e França é a mais antiga que o país possui. Teve início formal em 1948, com a assinatura do acordo cultural bilateral, mas remete à fundação da Universidade de São Paulo (USP), na década de 30. Um grupo de renomados professores franceses, como Fernand Braudel e Claude Lévi-Strauss, veio ao país para dar aulas na instituição. A contribuição destes professores foi decisiva para a modernização das ciências sociais no país.  

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