VIVALEITURA é sucesso na mídia espontânea

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

O VIVALEITURA representa hoje no Brasil, não só uma grande mobilização nacional durante o ano de 2005, mas também o início da implementação de uma Política Nacional do Livro, Leitura e Bibliotecas com a dimensão que o País exige. E como é de intenção do Ministério da Cultura (MinC).

No balanço parcial divulgado pelo Comitê Executivo do VIVALEITURA, que tem representantes do setor privado e do Terceiro Setor, há uma estimativa de participação nas comemorações do Ano Ibero-americano da Leitura de 90 mil escolas públicas, 5 mil bibliotecas e, ainda, editoras, livrarias, universidades e ONGs em geral. Somente os concursos e prêmios de instituições como Fundação Victor Civita, Itaú Cultural, Instituto EcoFuturo, Fundação Nestlé, Fiat e Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) têm mobilizado dezenas de milhões de alunos e professores.

O Ano Ibero-americano da Leitura foi instituído pela Cúpula dos Chefes de Estado dos países ibero-americanos e é coordenado pela OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos), Cerlalc (Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e Caribe), Unesco e pelos governos de países 21 países da Europa e das Américas. No Brasil, o calendário é patrocinado pela Caixa Econômica Federal e Petrobras e com o Apoio do Fundo Espontâneo para o desenvolvimento da leitura criado pelas entidades CBL, SNEL, ABRELIVROS, ANL, ABDL e ANL.

Sucesso de mídia espontânea, o VIVALEITURA tem reproduzido nas páginas da imprensa brasileira e no noticiário levado ao ar pelas emissoras de rádio e televisão do País a mesma impressão captada pelos escritores, editores, livreiros e especialistas em leitura de praticamente todos os estados brasileiros. Somente as reportagens, notas, artigos e colunas publicados em mais de cem influentes jornais e revistas do País ocuparam, nos últimos seis meses, o espaço de 180 páginas de jornal – o equivalente a R$ 930 mil.

Livro e leitura na mídia – Semelhante repercussão têm obtido as políticas para o livro no Brasil, através das notícias sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), a regulamentação da Lei do Livro, a Câmara Setorial do Livro e Leitura, o Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Livro – BNDES-ProLivro -, e o Fundo Pró-Leitura, mantido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), Associação Nacional de Livrarias (ANL) e Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros). Nos últimos seis meses, o tema ocupou na imprensa brasileira o espaço de 577 páginas de jornal.

Além disso, os debates para a criação da Câmara Setorial do Livro e Leitura (CSLL), realizados pelo Ministério da Cultura (MinC) em todas as regiões do País, foram transmitidos ao vivo pela Internet através da TV PontoCom, do Instituto Embratel, permitindo que milhares de internautas de todo o Brasil e mesmo do exterior assistissem os encontros e participassem por e-mail.

Leitura para todos
* Por Carlo Carrenho

Até 1808, o Brasil não possuía nenhuma publicação, pois Portugal proibira a existência de imprensa na colônia. Foi só com a chegada de D. João VI ao Rio de Janeiro que o País iniciou suas atividades gráficas e editoriais. Portanto, por mais de três séculos, o Brasil era uma nação praticamente sem acesso à leitura. Quase duzentos anos depois, temos uma indústria editorial ativa, criativa e de qualidade; nossa imprensa, com grandes jornais e revistas, atingiu um excelente patamar de desenvolvimento; e a internet foi adotada no País como poucas nações do mundo o fizeram. Mas e o acesso à leitura? Até que ponto ele se democratizou? 
 
Infelizmente, ainda é preciso muito trabalho para alcançar a total democratização da leitura no Brasil. E é justamente por isso que a proclamação de 2005 como o Ano Ibero-americano da Leitura pelos países que compões a OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura) é extremamente bem-vinda. No Brasil, o Ano Ibero-americano da Leitura ganhou o nome de VIVALEITURA e é coordenado em conjunto pelo governo, setor privado e 3º setor. Um dos principais objetivos do VIVALEITURA tem sido a criação de um banco de dados de projetos de leitura e a divulgação de um calendários de eventos e ações ligados ao livro e à leitura que acontecem no Brasil neste ano de 2005. Estes projetos e ações podem ser consultados no site www.vivaleitura.com.br. 
 
No entanto, mais do que divulgar projetos, o VIVALEITURA tem contribuído com a construção de um ambiente favorável ao incentivo à leitura. Graças à ótima receptividade que o ano comemorativo tem encontrado em todas as camadas da sociedade, é possível observar uma série de mudanças e atitudes de valorização da leitura. Os veículos de mídia, por exemplo, tem dedicado mais espaço ao livro. A MTV foi ainda mais longe e frequentemente tira sua programação do ar por alguns minutos, convidando os telespectadores a lerem um livro. Empresas como Nestlé, DPaschoal, Suzano e Itaú têm investido em ações em prol da leitura. No terceiro setor, são vários os projetos de qualidade de incentivo ao ato de ler. A Expedição Vaga Lume, composta por três garotas que espalham bibliotecas pela Amazônia, é um ótimo exemplo. E o governo não fica atrás. No fim do ano passado, o livro foi completamente desonerado pelo Governo Federal. O projeto Livro Aberto, capitaneado pela Biblioteca Nacional, irá, até o final do governo Lula, zerar o número de municípios sem bibliotecas no País. E há iniciativas positivas de áreas teoricamente distantes do terreno cultural, mas não da construção da cidadania, como o projeto Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que já instalou 630 minibibliotecas em assentamentos agrários e comunidades quilombolas. 
 
É claro que todas estas ações têm vida própria, e existiriam de forma independente, sem a ação do VIVALEITURA. O papel do ano comemorativo, portanto, tem sido apenas dar visibilidade aos projetos e permitir que o responsável por uma ação no Amapá saiba o que os gaúchos estão fazendo pela leitura, e vice-versa. O VIVALEITURA, na relaidade, é um adubo que ajuda na germinação e desenvolvimento de cada uma destas sementes que a sociedade brasileira está plantando. Sua atribuição é justamente criar um ambiente propício ao desenvolvimento do hábito da leitura. 
 
E tudo isso justamente para que o acesso à leitura seja uma realidade para cada cidadão brasileiro. Nenhuma cidadania é completa sem a leitura. Nenhum povo pode se considerar desenvolvido sem livros e bibliotecas acessíveis a todos. Enfim, não existe democracia sem democratização da leitura. 
 
O dramaturgo francês Francis de Croisset (1877-1937) disse certa vez que “a leitura é a viagem dos que não podem tomar o trem“. Mas temos de aprofundar neste conceito. Na verdade, é justamente a leitura que permitirá que cada cidadão se desenvolva e tenha acesso a qualquer trem e a qualquer viagem – não só no sentido figurado, mas acima de tudo, no sentido real. Ler é existir. 
 
 
* Carlo Carrenho é economista, editor de livros e Coordenador do Calendário do VIVALEITURA 

Menu de acessibilidade