Livro específico para o semi-árido brasileiro

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A rede de educação do semi-árido brasileiro, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), vai lançar em abril um livro didático integrado de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. A edição considerará a subjetividade múltipla da região.  
 
Segundo Josemar da Silva Martins, professor da Uneb e membro da rede de educação do semi-árido brasileiro, a edição foi pensada em uma margem de ampla utilização. “O livro poderá ser usado na lógica das séries e dos ciclos de formação, podendo ser estendido ao ensino fundamental e médio”, disse. De acordo com ele, a discussão maior na rede é a contextualização dos currículos das escolas. 
 
A região tem muitos municípios pequenos, cuja divisão entre campo e cidade quase inexiste, porque são predominantes as características rurais. “Nesses casos, a questão da contextualização, considerando o ecossistema do semi-árido, tanto faz sentido no campo quanto nesses municípios”. 
 
Ao justificar a edição de um livro didático específico para o semi-árido, Josemar disse que na região há cerca de 11 milhões de crianças em idade escolar. Ele critica a existência de um centro de emanação discursiva no setor educacional, nas regiões Sul e Sudeste do País, que se esconde atrás de uma justificativa neutra e objetiva que encerra um discurso de colonização na imagem e na linguagem.  
 
“Em geral, os livros didáticos chegam prontos, inclusive quando falam sobre o semi-árido. E, quando falam da região, reproduzem um conjunto de estereótipos em relação à imagem do sertanejo. Ele sempre é reproduzido como uma pessoa magra, faminta, pedinte e atrasada. A imagem do nordestino em si carrega a marca desses estereótipos. Nos livros didáticos há uma recorrência enorme da reprodução dessa imagem”, lamentou.  
 
Publicações – A rede de educação do semi-árido brasileiro já produziu outras publicações mais específicas para o setor educacional da região, como uma proposta político-pedagógica publicada anteriormente para as escolas do município baiano de Curaçá. 
 
“Tentamos sustentar que o semi-árido tem potencialidades, do ponto de vista do ecossistema. A região é, ainda, plural. No semi-árido há negros, índios, vaqueiros, pescadores, um conjunto de sujeitos com elementos culturais bastante específicos. Não há só miséria, temos riquezas tanto material quanto cultural para mostrar”, disse Josemar Martins.  

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