Palestra no estande da Abrelivros discute as mudanças do ensino na era digital

A noite do dia 14 de agosto foi reservada para uma conversa especial com Roxane Rojo, professora do programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, do IEL/UNICAMP, promovida pela Abrelivros em seu estande durante a 22º Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Sob o olhar atento de quase 50 pessoas, a doutora explanou sobre a “Alfabetização e o Letramento na Era Digital”.


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A professora apresentou a origem e desenvolvimento do conceito de Letramento em relação ao de Alfabetização, sua explosão em múltiplos campos e práticas (letramentos, letramentos múltiplos) e sua rearticulação no conceito de Multiletramentos. A partir do conceito de Multiletramentos, foram discutidas as demandas letradas na contemporaneidade (letramentos multissemióticos e digitais, letramentos multiculturais, letramentos críticos) e suas decorrências para uma pedagogia dos multiletramentos.

Para Rojo, a implementação das novas tecnologias na sociedade, sobretudo após a disseminação das telas de toque, constitui-se num marco civilizatório, pois subverte o conceito de leitura e da escrita. “As novas tecnologias possibilitam não só escrever e ler, mas também ouvir, interagir, refletir e criar em cima de um conteúdo, que antes era estático, acabado”, diz. Para a catedrática, aliás, a evolução da alfabetização só aconteceu por conta das inovações tecnológicas de cada época. “Na Antiguidade, tínhamos os papiros, depois vieram os livros,cujos subsídios foram condensados e sistematizados. A imprensa veio para democratizar a informação e, agora, o texto digital é uma realidade”.


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Neste processo, todos os profissionais ligados de alguma forma à educação precisarão se aprimorar. A escola, segundo a professora, necessitará se estruturar e capacitar mais os seus professores a ensinarem de uma forma em que os cinco sentidos sejam utilizados. Já o mercado editorial, terá de desenvolver conteúdos sofisticados e interessantes para prender a atenção dos alunos.

Em uma época em que os papéis estão mudando em um curto espaço de tempo, a escola, porém, é uma das poucas instituições que continuam essenciais. “A criança pode criar, interagir, refletir apenas sobre o que ela conhece. A escola, portanto, deve apontar para o aluno tudo aquilo que ele não saberia achar sozinho na rede, como Gaudí, Picasso, Villa-Lobos, bem como prepará-lo a ser um cidadão ético, solidário, crítico e participativo” opina Rojo, à direita abaixo com Beatriz Grellet, gerente executiva da Abrelivros.

 

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