Cooperação para uma educação de qualidade

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O Primeiro Fórum de Editores Educacionais, realizado no Brasil em julho durante a Bienal do Internacional do Livro de São Paulo, discutiu os Caminhos para uma Educação de Qualidade, tendo como temas centrais o livro didático na Educação do século XXI e as transformações digitais. O evento foi uma realização da International Publishers Association (IPA), em parceria com Abrelivros e Câmara Brasileira do Livro (CBL). O presidente do Fórum Latino-Americano de Editores Educacionais, Eduardo Kruel, responsável pela articulação junto à IPA para trazer o Fórum para Bienal (saiba mais na Entrevista do Mês de junho), no painel de encerramento trouxe a era digital para o centro da discussão. Ele analisou a transformação digital e a pandemia como ponto de inflexão para o atual momento e destacou a importância de conceber o material didático com novas soluções para o ensino, os processos de produção e novos arranjos institucionais.

O Seminário reuniu representantes do mercado editorial global, autoridades públicas e instituições da sociedade civil. Eles debateram a importância do livro escolar e dos materiais didáticos na formação de crianças e jovens e as transformações digitais.

A presidente da IPA, Bodour Al Qasimi, ressaltou a importância da proteção dos direitos autorais para que os editores educacionais invistam nas novas tecnologias com segurança. Bodour também propôs a criação de novas formas de colaboração com participantes do ecossistema do setor e de outros segmentos como a tecnologia.

Os programas governamentais de livros educacionais, tema de um dos painéis, contou com a participação de José Borghino, secretário-geral da IPA; Nadja Rodrigues, coordenadora-geral dos Programas do Livro do FNDE/MEC; Ramiro Villalba, membro do grupo de Educação da Câmara Argentina do Livro; e Juan Arzoz, ex-presidente da Câmara da Indústria Editorial Mexicana. O debate abordou as experiências de México, Argentina e Brasil com políticas públicas para o livro didático. Os debatedores defenderam um mercado aberto competitivo, com leis de defesa dos direitos autorais e o bom relacionamento entre governos, editores e professores.

O Fórum abordou também o papel do livro didático na escola do século XXI. O painel foi moderado por Ângelo Xavier, presidente da Abrelivros. Os participantes trouxeram questões comuns aos seus países, tais como as mudanças nos modelos educacionais, o problema do papel, o futuro do livro e as perspectivas com a inovação tecnológica. Marx Arriaga, diretor de Materiais Educativos do Ministério da Educação Pública do México, fez um resgate histórico para abordar o processo de transformação dos materiais educativos e como os livros se relacionam com a própria história do país. Ao falar sobre a experiência colombiana, Luis Carlos Gil, coordenador do Comitê de Educação da Câmara Colombiana do Livro, contou que a transformação digital nas escolas do país já é uma realidade.

A educação híbrida também teve destaque no Fórum. A presidente da Associação Nacional de Educação Básica Híbrida, a brasileira Maria Inês Fini falou sobre o conceito de educação híbrida, sua forma de organização, os aspectos necessários para a implantação de um sistema efetivamente híbrido e a importância dos recursos educacionais digitais como complemento fundamental para os materiais impressos.

No painel de encerramento do Fórum – “O mercado editorial na era digital” –, a diretora-executiva do Instituto Reúna, Katia Smole apresentou uma pesquisa que traz o panorama dos livros didáticos digitais pelo mundo. O levantamento considerou 11 países bem-posicionados no Pisa e mostra que não há substituição total do livro impresso pelo digital. Além do uso híbrido do material didático, entre as políticas públicas de educação digital está a formação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para disponibilizar os livros na internet e a implementação de dinâmica de feedback entre escolas e editoras.

Com uma realidade bem diferente da brasileira, a Holanda está desenvolvendo, por exemplo, um sistema baseado na confiança. A partir de acordos com diferentes aspectos – funcional, operacional, técnico e jurídico -, escolas e fornecedores buscam facilitar o acesso às soluções que trazem benefícios para eles e a sociedade. Stephan de Valk, presidente do Fórum de Editores Educacionais da IPA, explicou que o programa teve origem em uma PPP, há mais de 15 anos, financiado pelo governo holandês por meio do Fundo Nacional para o Crescimento.

O recurso é destinado a programas que têm como objetivo melhorar as infraestruturas vitais para a sociedade holandesa, tais como o setor educacional. O programa também conta com investidores privados, que recebem de volta metade do valor destinado ao projeto. “Sem regime de colaboração, não vamos a lugar algum”, concluiu de Valk.

 

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