A tecnologia, o livro e a leitura

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Muito se tem dito e escrito a respeito do impacto das novas tecnologias de informação sobre o livro e sobre a percepção que hoje se tem da leitura, do prazer e do hábito de ler. 
 
Quando nos anos 60, Marshall McLuhan previu o fim do pensamento linear introduzido pela escrita e aperfeiçoado na invenção da imprensa, parecia profetizar que o livro se aproximaria do seu fim. O fenômeno não se confirmaria e, na verdade, o velho e bom livro vem a cada dia se apropriando sabiamente dos avanços da tecnologia. Vale lembrar que o cinema não impediu o avanço do teatro, nem a televisão substituiu o rádio. 
 
As práticas da leitura e da escrita com a disseminação da tecnologia da informação e seus suportes como PCs, Palms, e-books, etc… vem sem dúvida sendo fortemente influenciadas. Hoje é muito comum encontrar-se anexados ao livro de papel CD-Rom ou mesmo DVDs que ilustram e ampliam o universo abordado no livro. Fitas cassetes e CDs de áudio como acessórios ao livro, quase podem ser considerados como coisa do passado. 
 
O livro também é resultante de uma cadeia tecnológica que inicia com o registro das idéias e dos fatos em suportes os mais variados. Sua utilização não requer qualquer suporte eletro-eletrônico como é o caso dos CDs, CD Rom, DVD, Computador, Palm, Internet, e-books. Desde que a comunicação escrita surgiu com as inscrições rupestres em cavernas até os dias de hoje, a comunicação escrita vem incorporando os produtos da inteligência humana, sendo o mais formidável deles, os tipos móveis de Gutemberg no século XV. 
 
A interação dos indivíduos com a tecnologia é o que tem transformado os próprios indivíduos, induzindo-os a comportamentos e reações novas diante de situação já conhecidas. A leitura não foge à regra. Ler é um hábito que vem depois que se experimenta o prazer. É na repetição da experiência prazerosa da leitura que surge o hábito e, quando por força do hábito ou da necessidade, entra-se em uma moderna livraria, novo mundo tecnológico se descortina. Hoje, todo livro tem seu código de barras impresso na 4ª capa e os scanners das modernas lojas, das mega livrarias, com suas coloridas prateleiras, vão lendo e informando ao usuário tudo o que ele precisa saber sobre aquele objeto. Terminais inteligentes informam a localização dos livros na loja, nome dos autores, dos editores, preço, etc. 
 
Temos aí a tecnologia facilitando o acesso ao objeto livro. O livro, pronto para ser lido e desfrutado, já traz incorporada uma enorme cadeia de aportes tecnológicos que vão desde o computador utilizado pelo autor ao CD Rom com o arquivo fechado de texto e ilustrações devidamente diagramados que hoje já não passam pela fase dos fotolitos, indo diretamente à chapa de impressão. 
 
Das inscrições rupestres, das pequenas tábuas, ao papiro, pergaminho, papel, computador, palm, e-book, o leitor percorreu o universo tecnológico que esteve à sua disposição e ainda se informou, viajou, sonhou, aprendeu e ensinou. 
 
Reproducão autorizada desde que citada a fonte

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