Rio International Publishers Summit na Bienal do Livro Rio: Debates Cruciais para o Mercado Editorial

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Durante a Bienal do Livro Rio, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) promoveu o Rio International Publishers Summit, que reuniu grandes nomes do mercado editorial. Realizado de 4 a 6 de setembro, o Fórum promoveu mesas e painéis, abrangendo temas que vão desde a influência da inteligência artificial (IA) até a preservação dos direitos autorais, com o objetivo de ser um encontro para questões urgentes e moldar o futuro do mercado editorial. O evento teve parceria inédita da Abrelivros, além da Publishnews e Publisher.

A Abrelivros participou de três mesas durante o evento. A primeira, intitulada “Pautas urgentes do mercado editorial mundial”, abordou questões cruciais, como a Lei Cortez, imunidade tributária do livro e o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). A mesa contou com a participação de Ângelo Xavier, presidente da Abrelivros, que destacou: “Temos um desafio muito grande. O que está mantendo o mundo literário vivo são os jovens e a Bienal nos prova isso. O único segmento que cresce é o escolar, o que nos dá um alento de que no futuro teremos mais leitores”.

Além de Ângelo Xavier, participaram do painel Dante Cid (SNEL), Karine Pansa (IPA), Tomaz Adour (LIBRE), Sevani Matos (CBL) e Alexandre Martins Fontes (ANL), sob a mediação de Leonardo Neto.

Como realizadora, em parceria com o Fórum Internacional de editorias (EPF), a Abrelivros apresentou a trilha de conversa “O avanço do digital e o futuro do papel na educação”, que contou com as participações de Nadja Cezar, coordenadora geral do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), José Borghino, secretário geral da International Publishers Association (IPA) e Adriaan van der Weel, professor pesquisador da Universidade de Leiden, com a mediação do Eduardo Kruel Rodrigues, presidente do Fórum Latino-Americano de Editores Educacionais. Eles debateram a presença da tecnologia nas salas de aula, oportunidades pedagógicas, limites e cuidados.

Eduardo Kruel iniciou o painel lembrando da decisão do estado de São Paulo em não adotar o PNLD 2024, e que em substituição ao material produziria um conteúdo digital. “O simples fato do que aconteceu levanta uma série de reflexões necessárias, tanto para quem elabora os conteúdos, quanto para os formadores de políticas públicas, voltados para a educação. Esta conversa nos ajuda a entender os potenciais limites do uso de tecnologias digitais na educação, e qual o papel do livro impresso nesse processo”, comentou. José Borghino apresentou o estudo “Papel e Digital: Pesquisa sobre a eficácia dos materiais didáticos”, elaborado pela International Publishers Association (IPA) e a Norwegian Publishers Association, e que analisa a inserção dos materiais didáticos por meios digitais e como o livro impresso continua sendo um importante instrumento de aprendizagem. Naja Cezar finalizou afirmando que os desafios estão na construção de materiais ainda mais integrativos com tecnologias, para que sejam ainda mais diversos, dinâmicos, interativos, mantendo a qualidade que o livro imprenso possui hoje.

Já o painel “Educação para as relações étnico-raciais nas escolas e em seus livros”, teve as participações das convidadas Nilma Gomes, ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Elizabeth Cardoso, escritora e professora da PUC SP, com a mediação de Damaris Silva, diretora de Serviços Educacionais na Soluções Moderna. Elas falaram sobre a importância da educação voltada para as relações étnico-raciais.

Falaram sobre os desafios da implementação da Lei Federal 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de “história e cultura afro-brasileira” dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio.

Para Nilma Gomes “a ausência de uma discussão aprofundada e crítica sobre história e cultura africana e afro-brasileira resulta em ações e comportamentos racistas de profissionais de muitas áreas. Temos um histórico de luta, com uma série de dados que mostram que as desigualdades acontecem junto com desigualdades de raça, ou mesmo de gênero. Uma das formas de superação do racismo é superar a ignorâncias sobre os temas”, analisa. “Não há democracia com racismo, precisamos considerar uma série de práticas, políticas e comportamentos antirracistas, e a nossa educação faz parte disso”.

Elizabeth Cardoso indicou que os livros de literatura negra devem ser adotados e editados não apenas para obedecer a uma lei. As obras não devem ser feitas apenas para atender uma demanda de um edital, mas sim e também porque é fruição, é diversão, é literatura de qualidade e inovadora. É ainda ampliadora de repertórios culturais e detentora de um projeto, poético, estético e ético. Deve ser lida e celebrada”, finaliza.

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