Literatura nacional conquista o Brasil

A literatura no Brasil está cada vez mais brasileira. Na trilha da música nacional, o mundo das letras está dominado pelo sotaque tupiniquim – e todas as suas inúmeras variações. Dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) indicam que aproximadamente 80% das vendas literárias na categoria de não-ficção no país são de autores do próprio Brasil. Os números revelam um mercado em estado de amadurecimento e capaz de acompanhar uma outra tendência da gestão federal: a de exportação – no caso, de direitos autorais. Na Feira de Frankfurt, que começa na quarta-feira, o Brasil terá a maior quantidade de editoras (cerca de cem) expondo no mais importante encontro do setor.     “Os alicerces dessa evolução estão sendo fundados a partir dos últimos dez anos, quando o Brasil passou a formar seus próprios autores. Carlos Heitor Cony, Ruy Castro e Luís Fernando Veríssimo já eram autores reconhecidos, mas estavam nas redações. Agora eles são best-sellers, como resultado desse amadurecimento“, diz Marino Lobello, vice-presidente da CBL.    A última década também, de acordo com Lobello, foi responsável por lançar novos autores brasileiros, que além do sucesso doméstico, estão tendo visibilidade internacional. “Até pouco tempo, quando se falava em literatura brasileira no

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Cópias pirateiam 250 milhões de livros na América Latina

A indústria editorial da América Latina vai naufragar se não forem tomadas medidas para deter a indústria paralela de pirataria e cópias reprográficas de livros. Horas antes da inauguração da Liber 2004 em Barcelona, representantes de 13 países ibero-americanos manifestaram seu desespero e sua impotência diante do negócio incontível da pirataria de livros e fotocópias ilegais. Os números são de causar vertigem: são fotocopiadas ilegalmente por ano 50 bilhões de páginas protegidas por direitos autorais, o equivalente a 250 milhões de livros, cujo valor chegaria a 500 milhões de euros (cerca de R$ 1,7 bilhão).     Os números na Espanha são menores, mas não menos alarmantes. Não há pirataria de livros, mas sim fotocópias ilegais: a cada ano são reproduzidas 3,493 bilhões de páginas de material protegido, o que significa que se fotocopia por ano o equivalente a 17,5 milhões de livros, cujo valor atingiria 210 milhões de euros. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28/09) numa entrevista coletiva pelo Grupo de Entidades de Direitos Reprográficos da Ibero-América (Gedri), que realizou uma reunião de trabalho em Barcelona. “Os direitos autorais e das editoras são infrigidos sistematicamente por essa indústria paralela que prejudica gravemente o acervo cultural de cada país“,

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Grupo Positivo cria empresa para concentrar negócios

Pela primeira vez o Positivo vai investir em uma campanha de marketing nacional para divulgar suas operações. O paranaense Grupo Positivo, que atua nas áreas de educação, informática e gráfica, está reforçando sua atuação no mercado editorial. O grupo anunciou ontem a criação da Editora Positivo, que passa a concentrar todas as operações nesta área, com um portfólio de mais de 100 obras, com foco na área de educação e destaque para o “Dicionário Aurélio“. “Até 2007 queremos estar entre as cinco maiores editoras do País“, diz Oriovisto Guimarães, diretor-presidente do grupo paranaense.     Investimentos     Com investimento de US$ 1 milhão, a Editora Positivo vai consolidar as operações que já vinham sendo realizadas pelo grupo neste segmento. A área editorial surgiu com os primeiros livros didáticos lançados pelo grupo, que foi fundado em 1972 a partir de um curso pré-vestibular. A atividade ganhou fôlego e posteriormente foram criadas a Editora Nova Didática e a Distribuidora Positivo, que foram extintas e cujas atividades passam a ficar sob a tutela da nova editora. “O mercado não tinha, até agora, uma idéia muito clara de que o Positivo atua nesse segmento. O grupo é sempre muito associado a sistema de

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Escolas comercializam seus próprios métodos de ensino

A eficiência com que os cursos preparatórios, surgidos em sua grande maioria entre os anos 60 e 70, colocavam alunos nas principais universidades brasileiras fez com que suas marcas ganhassem a confiança de pais e estudantes. De lá pra cá, foi um passo para que expandissem seus métodos a outros níveis de ensino e alcançassem até mesmo colégios tradicionais. Os sistemas de ensino estão presentes em milhares de escolas, não só no país mas também no exterior. Comercializam material didático (apostilas, cadernos de exercícios e CD-ROM, entre outros) e oferecem treinamento a professores e coordenadores pedagógicos, além de serviços como cursos e palestras.     Uma das mais recentes incursões nesse mercado é a da católica Rede Salesianas de Escolas, que tem mais de 120 anos no Brasil. Com cerca de 90 mil alunos espalhados por 110 escolas, a rede acabou de desenvolver material didático próprio: vai introduzi-lo em suas unidades e partir para a sua comercialização no ano que vem. “As escolas religiosas têm perdido por ano cerca de 2% dos alunos. Não costumamos ter muitas estratégias de marketing e acabamos ficando isolados. Chegou a hora de mudar isso“, diz o padre Nivaldo Luiz Pessinatti, presidente da Conferência dos

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Inep terá sistema de controle de gastos públicos em Educação

Em outubro, o Inep apresentará o protótipo do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) para órgãos e entidades relacionadas ao financiamento público educacional. O encontro será em Brasília. A previsão é de que o Siope seja lançado oficialmente no primeiro semestre de 2005. A ferramenta permitirá o acompanhamento on-line das receitas e despesas públicas relativas à educação.     A exemplo do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde e que já existe há 5 anos, o Siope foi concebido com a finalidade de ajudar os gestores públicos no planejamento e na aplicação de recursos públicos voltados à educação, principalmente nas esferas estadual e municipal, além de permitir o acompanhamento e o controle desses gastos também pela sociedade. 

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Diferença entre escola pública e paga é maior até 8.ª série

As escolas públicas de ensino fundamental estão menos equipadas do que as de ensino médio, se comparadas com as instituições privadas. A conclusão é de um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Levando em conta a existência de laboratório de ciências, quadras de esporte, acesso a internet e bibliotecas, a distância entre as redes de ensino, já conhecida, mostra-se maior no ensino fundamental. “A diferença de infra-estrutura e acesso a recursos no ensino médio entre públicas e privadas não é tão grande. Já no ensino fundamental, sim. Aí as particulares estão bem mais à frente nesses quesitos“, afirma o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, responsável pelo levantamento.     Aparelhando – Segundo Quadros, setor público está se aparelhando. Mas, por enquanto, o hiato entre as redes ainda é maior no ensino fundamental. “Acredito que seja pela forma como foi expandida a rede de ensino fundamental e a de ensino médio. Na primeira, a grande quantidade de escolas por todo o País foi priorizada. No ensino médio, houve preocupação maior com os equipamentos.“ O levantamento, chamado O Ensino Privado em Números, foi feito com dados de 2003. Além

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Para construir leitores

Ele já ajudou a construir centenas de casas, mas talvez nenhuma como a dele próprio, com 40 mil livros e um nome, Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, localizada no bairro de Vila da Penha, no Rio de Janeiro. O pedreiro sergipano Evando dos Santos, 40, declamou poesias enquanto era entrevistado e, além do autor preferido —o que deu nome à casa-biblioteca—, falou de Pablo Neruda, Che Guevara, Machado de Assis, Voltaire, Ramsés, Dom Pedro, Gabriela Mistral e Aluízio Azevedo. “Livro para mim é vida.“    Evando estudou na roça, na cidade de Aquidabã (SE), até o que ele acredita ser o segundo ano do ensino fundamental. “Quando eu ouvia falarem de língua portuguesa, pensava que portuguesa era uma pessoa, acredita?“ Como não havia livros em sua casa e ele deixou cedo a escola, a possibilidade de que surgisse alguma intimidade com a leitura era remota. “Meu único contato era com a literatura de cordel, que eu ouvia nas ruas“, conta.    Apesar das condições contrárias e da pouca educação formal, a erudição do pedreiro e sua história são uma rara exceção no universo da leitura no Brasil —Evando lê cerca de dez livros por mês, o que o coloca muito acima

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Alíquota zero para livro técnico não pode ser usada

A redução para zero da alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para importação e comercialização de livros técnicos e científicos não trouxe nenhum efeito prático para as editoras. A afirmação é do consultor Alessandro D’Andrea, da WAP Consultoria Tributária.     Foi editada em julho deste ano, a Lei 10.925, fruto de conversão da Medida Provisória 183 que trazia, dentre outras informações, a redução da alíquota dos tributos. Segundo D’Andrea trata-se, no entanto, de norma dependente, ou seja, há a necessidade de ocorrer a edição de norma conjunta do Ministério da Educação e da Secretaria da Receita Federal, de modo a estabelecer o conceito e de qual forma será aplicável esta norma. Segundo ele, a norma foi editada em um momento de euforia por parte do governo, para acalmar as crescentes críticas à sua política econômica. “Trouxeram uma norma, em que se lê alíquota zero, deixando a idéia de que o governo estaria incentivando o mercado editorial para desenvolvimento da educação e da cultura no país, porém isto não aconteceu.“     Para o consultor, a norma não trouxe nenhum efeito prático para as editoras. “Se as empresas deixaram de

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Plano B

Vai ganhando corpo no Planalto Central uma inédita política para o universo do livro brasileiro. O Plano Nacional do Livro e Leitura acaba de delinear os que devem ser seus quatro braços.    Aí vão: 1) democratização ao acesso ao livro e leitura (o que inclui abertura e distribuição de bibliotecas por todo o país); 2) investimento na formação (seja de professores, bibliotecários ou mediadores da leitura); 3) valorização do livro no imaginário coletivo (com campanhas em TV, rádio etc.); 4) apoio às cadeias produtivas e criativas do livro (política de fomento aos editores, linhas de créditos para aberturas de livrarias e prêmios para escritores).    O comandante do projeto, Galeno Amorim, diz que o plano deve entrar em prática em dezembro, em decreto de mr. Lula. Além dos ministérios da Cultura e da Educação (cujos titulares devem dividir ineditamente o timão), estão envolvidos no projeto mais dez ministérios, além de estatais e outras Funartes. Para centralizar as contas dessa Babel, está sendo desenvolvido um Fundo Nacional do Desenvolvimento do Livro e Leitura.    Essas e outras milongas devem ser debatidas, em Belém (PA), na Feira Pan-Amazônica do Livro. O encontro é mais um aquecimento para Fórum Nacional de Leitura

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